Título: Economia é desafio de futuro líder colombiano
Autor: Chacra, Gustavo
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/04/2010, Internacional, p. A14

Bastante afetado pela crise financeira global, país tenta melhorar imagem com o objetivo de atrair investimentos e turistas para voltar a crescer

O candidato escolhido para substituir o presidente colombiano Álvaro Uribe terá uma gama de desafios a enfrentar muito mais ampla que a questão da segurança. A economia da Colômbia, que chegou a crescer 7,5% em 2007, foi fortemente abalada pela crise internacional. No ano passado, o PIB do país cresceu apenas 0,4%.

O desemprego ultrapassa os 12%, sendo maior em centros urbanos como Bogotá, Cali e Medellín. Ainda há o problema da desigualdade social.

Os colombianos também buscam atrair investimentos estrangeiros e alterar a imagem do país, por muito tempo ligada ao tráfico de drogas. São feitos esforços para promover produtos como a cana-de-açúcar e o café, por meio de redes como a Juan Valdéz, concorrente da Starbucks nos EUA.

Outra aposta para superar as dificuldades é o turismo, que está crescendo. Hotéis butique são abertos na cidade velha de Cartagena, palco de alguns dos romances de Gabriel García Márquez.

O empresário brasileiro Eike Baptista, recentemente, anunciou que pretende investir centenas de milhões na mineração de ouro na Colômbia. "Pessoas que se mudaram do país por causa da violência retornaram", afirma Santiago Arango, empresário e publicitário.

Membros da elite da Venezuela, insatisfeitos com Hugo Chávez, também transferiram seus negócios para a Colômbia, que, como o Brasil e diferentemente dos outros países do continente, possui vários polos econômicos, como Calí, Medellín, Barranquila e Bogotá.

Sinônimos de cartéis no passado, hoje estas cidades são relativamente seguras se comparadas a dez anos atrás. Em Bogotá, edifícios de alto padrão em bairros como Chicó e Rosales não possuem muros e as pessoas caminham nas ruas sem medo de serem assaltadas. "Eu me sinto bem mais segura em Bogotá do que em São Paulo", afirma a consultora paulista Sylvia Calfat, que mora na capital colombiana.

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