Título: Monsenhor é gay e não pedófilo, afirma defesa
Autor: Arruda, Roldão
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/04/2010, Vida, p. A20

Orientação sexual de Barbosa, considerado homofóbico, seria conhecida da Igreja desde sua ordenação, em 1951

Uma das teses que os defensores de monsenhor Luiz Marques Barbosa vêm adotando é que ele não é pedófilo, e sim homossexual. Sua orientação e suas práticas sexuais já seriam conhecidas dos superiores desde a ordenação sacerdotal, em 1951. Essa teria sido a causa de sua transferência de Alagoas para São Paulo, onde trabalhou até se aposentar e voltar para o local de origem.

Segundo essa tese, o que se viu na TV foi uma relação homossexual. Portanto, não haveria crime. A culpa do monsenhor seria pela violação dos votos de castidade, com o conhecimento dos superiores. A polícia não acredita.

Na semana passada, as delegadas Angelita Sousa e Barbara Arraes ouviram mais de uma dezena de jovens e reuniram fotos e documentos que podem provar que os três sacerdotes de Arapiraca acusados de pedofilia usavam seu poder para abusar dos jovens desde que eles tinham 12 anos.

O lado irônico da tese de defesa do monsenhor é que ele já atacou publicamente os homossexuais e chegou a proibir o funcionamento de uma oficina de capacitação profissional para travestis no salão da paróquia que dirigia. "Ele era homofóbico", diz o ativista gay Claudemir Martins, de Arapiraca.

O senador Magno Malta, evangélico que preside a CPI da Pedofilia, também quer a criminalização dos envolvidos. Ele esteve em Maceió para tratar do escândalo. No dia 16, volta com outros integrantes da comitiva para promover audiências publicas em Arapiraca.