Título: Porto pode ter unidade para processar petróleo
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/04/2010, Negocios, p. B20

O presidente da LLX, Otavio Lazcano, disse ontem que o Porto do Açu deverá ser a sede de uma unidade de processamento de petróleo da Bacia de Campos, em parceria com a norte-americana Devon (que teve seus ativos no Brasil recém adquiridos pela britânica BP) e a anglo-holandesa Shell, "entre outras". A ideia, segundo ele, é que a unidade comece a processar 800 mil barris de óleo por dia e atinja a 1,2 milhão barris ao longo dos anos seguintes.

"O Porto do Açu está no quintal do pré-sal, de frente para a Bacia de Campos, que produz 80% do óleo nacional. É uma oportunidade excelente", disse Lazcano. O projeto não tem como objetivo produzir combustíveis, como uma refinaria, mas preparar o petróleo para exportação, retirando a água que vem dos poços junto ao petróleo. "Não se trata de uma refinaria", frisou o executivo, durante visita de delegação chinesa ao porto.

Devon e Shell estão entre as duas empresas estrangeiras que já iniciaram produção de petróleo no País. A primeira tem participação nos campos de Bijupirá-Salema e Parque das Conchas, e a segunda, no campo de Polvo - todos os três na Bacia de Campos. O petróleo produzido pelas companhias é exportado, por falta de interesse da Petrobrás, também exportadora de óleo cru.

De acordo com Lazcano, a ideia inicial é que a LLX apenas alugue o espaço, sem participação acionária no projeto - cujos investimentos não foram anunciados. Ele não descartou, porém, uma eventual entrada no empreendimento posteriormente, seja pela LLX ou pela OGX, braço petrolífero do grupo empresarial de Eike Batista.

Venda. Ontem, a OGX informou que já contratou um assessor financeiro para avaliar possíveis ofertas por seus ativos na Bacia de Campos. A ideia é vender participações nos blocos, processo conhecido no mercado como farm out, garantindo receita com as reservas antes do início da produção. A estratégia foi anunciada por Batista no dia anterior, em entrevista à corretora XP Investimentos.