Título: Trajetória da dívida deve ser mantida, diz BC
Autor: Nakagawa, Fernando; Fernandes, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/05/2010, Economia, p. B1

O Estado de S.Paulo

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse ontem que seria importante para o próximo governo "manter a tendência cadente da dívida pública líquida em relação ao PIB ". Questionado pela Agência Estado, Meirelles não quis comentar os péssimos resultados das contas públicas em março. No mês passado, foi apurado um déficit primário de R$ 216 milhões, quando a mediana registrada pelo serivço AEProjeções, da Agência Estado, com 16 instituições apontou superávit de R$ 4,9 bilhões, o que poderia indicar uma forte contribuição do governo para o aquecimento da economia. Segundo ele, a evolução das receitas e despesas do Executivo já são levados em consideração pelos "modelos econométricos" do Banco Central. Ele ressaltou, porém, que o importante é que a dívida pública líquida seja cadente, pois atingia no começo de 2003 perto de 60% do PIB e hoje está ao redor de 42%. "É importante que essa trajetória positiva seja mantida pelos próximos governos porque hoje já estamos olhando à frente", observou. Autonomia. Meirelles também afirmou que é importante que os próximos governos mantenham a autonomia operacional do Banco Central. Ele destacou que a liberdade que o BC desfruta hoje para atuar em diversas áreas, sobretudo em política monetária, fiscalização e supervisão financeiras, permitiram que o País registrasse bons resultados.