Título: Modelo ainda é alvo de intenso debate
Autor: Leite, Fabiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2010, Vida, p. A17

Especialistas veem vantagens, como imposição de metas, mas temem perda de controle da gestão

O modelo de gerenciar os serviços públicos de saúde por meio de organizações privadas sem fins lucrativos conhecidas como OSS nasceu sob controvérsias - centradas no risco de descontrole em razão de o Estado se retirar da gerência dos hospitais. Hoje, porém, é bem aceito e aplicado por diferentes gestores como uma das alternativas viáveis de administrar a saúde pública, avaliaram pesquisadores.

"Os aspectos positivos são a flexibilidade em relação aos recursos humanos e as metas estabelecidas via contrato de gestão", afirmou Nivaldo Carneiro Júnior, da Associação Paulista de Saúde Pública. "Ela favorece a ampliação da gestão pública, mas tem de ser aplicado de acordo com a capacidade local."

Christian Alcântara, professor da Universidade Federal do Paraná, destaca que os gestores correm o risco de perder o know-how sobre como administrar a saúde. "Se o modelo não for acompanhado, pode fragilizar a gestão." Ele destaca ainda que há poucos estudos sobre o tema e que a maioria tem participação de quem o implantou. "Isso traz um viés às análises", afirma.

"Nenhum modelo é perfeito. As OSS de São Paulo são sólidas, mas nem todos os Estados têm isso. Não quer dizer que será possível reproduzir o modelo em outros locais", afirmou a irmã Monique Bourget, da OSS Santa Marcelina, uma das mais antigas do Estado de SP. / F.L.