Título: País passará pela crise sem sentir nada, diz Lula
Autor: Dantas, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/05/2010, Economia, p. B4

O Estado de S.Paulo

O Brasil deverá atravessar a crise europeia "sem sentir absolutamente nada", previu ontem, em São Bernardo do Campo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Primeiro fico muito feliz. Nessa crise toda na Europa, o Brasil continua tranquilo, a nossa economia crescendo, inflação controlada. E penso que temos tudo para atravessar essa crise na Europa sem sentir absolutamente nada", disse Lula depois de abrir a campanha nacional de vacinação dos idosos contra a gripe comum. Em 2008, diante da crise econômica iniciada nos Estados Unidos, o presidente previra que, para o Brasil, a confusão nos mercados seria "uma marolinha". UTI. O presidente também afirmou que as autoridades europeias demoraram muito para tomar medidas após a crise de 2008, apesar de a Grécia já "estar na UTI". "Eu acho que eles estão demorando muito para tomar decisão, já faz algum tempo que a Grécia está na UTI, precisa dar logo um remédio", disse. "As pessoas não podem ficar regateando." Segundo o presidente, "desde 2008, já teve um pouco de demora". "Até agora, as decisões que nós tomamos no G-20 não foram implementadas. Se você não cuida do sistema financeiro e permite que a especulação continue nos paraísos fiscais, vai ser difícil ter uma economia sólida e eminentemente produtiva. Eu estou convencido de que o Brasil está muito sólido e os brasileiros podem ficar tranquilos. Nós temos muito coisa a acontecer no Brasil e é tudo de bom." FMI. Lula também destacou a decisão do governo brasileiro, anunciada sexta-feira, de emprestar US$ 286 milhões, por intermédio do Fundo Monetário Internacional (FMI), para auxiliar a Grécia. "Estamos em condições de emprestar dinheiro para o FMI para ele poder emprestar para a Grécia. Não somos um país pedinte", disse o presidente. "Colocamos US$ 14 bilhões de empréstimo para o FMI e agora vamos emprestar dinheiro para a Grécia. Queremos ajudar os países mais pobres", explicou.