Título: Fundos de pensão estatais terão 10% da usina de Belo Monte
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/05/2010, Economia, p. B10

Consórcio controlado pela Chesf contará com a participação estratégica dos fundos Previ, Petrus e Funcep

Os fundos de pensão, principalmente de funcionários de empresas estatais federais, deverão ficar com mais de 10% de participação na Sociedade de Propósito Específico (SPE), que será formada pelo consórcio Norte Energia, vencedor do leilão da usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).

A informação dada ao Estado é de uma fonte que acompanha de perto a negociação para a formação da empresa que vai construir e administrar a usina.

Entre esses fundos, segundo a fonte, estão a Previ (do Banco do Brasil), Petrus (da Petrobrás) e Funcef (da Caixa Econômica Federal).

O consórcio tem como principal acionista a estatal Chesf, com 49,98% de participação. Mas, na composição societária do consórcio, 40% das cotas estão nas mãos de construtoras. Entre elas, a Queiroz Galvão e a Mendes Júnior.

Pelas regras do edital, na SPE as construtoras só poderão ter 20% de participação. Assim, é necessário que entrem os chamados sócios estratégicos no grupo - investidores que não disputaram o leilão, mas que podem se associar ao consórcio na formação da SPE.

O governo já tinha anunciando que os fundos de pensão deveriam entrar na sociedade. Além deles, o consórcio também está negociando com grandes empresas para que elas entrem na condição de auto-produtores, que além de sócios consumirão até 10% de energia da hidrelétrica.

"Todo nosso foco agora está na consolidação da SPE", disse a fonte. Ela afirmou que a participação das construtoras deverá ser diluída para menos do que o limite máximo de 20%. Isso porque o principal interesse das construtoras não seria integrar a sociedade, mas sim participar da construção.

Projeto. Além dos trabalhos para a negociação do SPE, o consórcio também está conversando com diversas empresas que já estudaram o projeto, para definir quais delas serão contratadas para fazer o projeto básico e o projeto básico ambiental da usina hidrelétrica.

"O mais provável é que sejam contratadas várias empresas e não uma só", disse a fonte.

O consórcio tem ainda outra importante negociação a ser concluída, que é a escolha das empresas que vão ser contratadas para construir a usina.

O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, já admitiu que o tamanho do projeto faz necessária a participação de mais de uma grande empreiteira. Além das construtoras que são sócias do Norte Energia, é possível que outras grandes empresas, que ficaram de fora do leilão, como Odebrecht e Camargo Corrêa, sejam convidadas para atuar na obra.