Título: PAC só investe 46,1% do previsto pelo governo
Autor: Veríssmo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/2010, Economia, p. B1

Dos R$ 656,5 bilhões em investimentos previstos para até 2010, foram concluídas até abril obras que somam R$ 302,5 bi

Lançado em 2007 como um grande pacote de obras para o segundo mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ainda não chegou à metade de seus objetivos, levando-se em conta o valor dos investimentos prometidos.

Considerando os R$ 656,5 bilhões em investimentos previstos no programa para até 2010, foram concluídas, até abril deste ano, ações equivalentes a R$ 302,5 bilhões, ou 46,1% do total.

A informação consta do 10.º balanço do PAC, divulgado ontem pelo governo federal. Segundo o documento, a maior taxa de conclusão de investimentos foi nas áreas de habitação e saneamento, nas quais, dos R$ 228,7 bilhões previstos, foi concluído o equivalente a R$ 158,8 bilhões, ou 69,4%.

Já nos setores de logística (aeroportos, rodovias, portos e hidrovias), energia, social e urbano (luz para todos, recursos hídricos e metrô) de um total de R$ 427,8 bilhões foram concluídos R$ 143,7 bilhões, ou 33,6%.

Os investimentos encerrados na área de energia somam R$ 91,5 bilhões e em logística foram R$ 46,1 bilhões.

Aeroportos. Considerando as 2.483 ações monitoradas pelo PAC (sem incluir saneamento e habitação), 57% foram concluídas até abril passado; 37% estavam em ritmo adequado; 5% demandavam atenção e 1% foi classificado como preocupante.

Entre as ações em ritmo preocupante estão as obras dos aeroportos, justamente um ponto que é considerado frágil, levando em conta as necessidades que o País enfrenta para sediar a Copa do Mundo de 2014. Receberam o selo vermelho de preocupação as obras nos terminais de passageiros dos aeroportos de Brasília e Vitória.

Segundo o governo, a reforma e ampliação do terminal de passageiros de Brasília apresenta lentidão na elaboração. A expectativa é que o projeto básico seja concluído até o fim de agosto.

Essa foi a primeira apresentação de balanço do PAC feita sem a presença da pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, que deixou a Casa Civil da Presidência da República no fim de março para disputar as eleições. A apresentação foi feita por sua substituta, Erenice Guerra, e pela subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Miriam Belchior.

Em entrevista, Miriam afirmou que o novo corte no Orçamento anunciado na semana passada não vai afetar as obras do PAC. "O contingenciamento foi feito de modo a não afetar o PAC. Nem no orçamento nem nos investimentos das estatais", disse Miriam, lembrando que a decisão que o Programa não deveria ser atingido partiu do presidente Lula.

Os investimentos executados do PAC - que já foram pagos, mas podem não ter sido concluídos - totalizaram, entre 2007 e o dia 27 de maio de 2010, R$ 463,9 bilhões, o que representa 70,7% dos R$ 656,5 bilhões previstos para o período 2007/2010.

De acordo com o governo, a maior participação é de financiamento à habitação (R$ 157,9 bilhões), seguido dos investimentos das estatais (R$ 154,5 bilhões). No último balanço do PAC, de fevereiro, o porcentual de execução do programa era de 63,3% do total.