Título: Petrobrás não queria as novas refinarias, diz Lula
Autor: Dantas, Anna Ruth
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/06/2010, Negócios, p. B13

Refinarias do Maranhão e do Ceará estão sendo construídas por decisão do governo e vão produzir para exportação, garante o presidente

ESPECIAL PARA O ESTADO NATAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que a instalação de novas refinarias no Brasil não contou com a concordância da Petrobrás. Segundo ele, a estatal avaliava que as refinarias já existentes seriam suficientes para atender à demanda do País.

De acordo com o presidente, as refinarias que estão em construção no Maranhão e no Ceará foram uma determinação do governo. "Se dependesse da Petrobrás, não teria nova refinaria no País, porque ela afirmava que as existentes já davam conta da demanda. As novas refinarias são decisão de governo. As refinarias do Maranhão e do Ceará são para produzir para exportação", destacou o presidente.

Em seu pronunciamento, Lula chamou a atenção para a redenção a ser promovida pelo pré-sal, que agregará valor aos produtos derivados do petróleo. "O Brasil, com a descoberta do pré-sal, não pode exportar óleo cru para China. Tem de exportar produto derivado de petróleo, fazer do petróleo a recuperação da dignidade do povo brasileiro."

O presidente observou também que este é o momento de "recuperar o atraso educacional a que o povo foi submetido". "Precisamos fazer refinaria pensando em exportar produto de alto valor agregado", destacou o presidente Lula, durante discurso em Natal, onde cumpriu agenda administrativa.

Concessão inédita. No Rio Grande do Norte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto da primeira concessão privada de aeroporto realizada no País.

O modelo será feito no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que está sendo construído na região metropolitana de Natal. A previsão de conclusão das obras é dezembro de 2013. De acordo com o projeto, esse será o maior aeroporto de cargas da América Latina.

No terminal já foram feitas a pista principal e a pista de taxiamento, em um investimento público de R$ 150 milhões. A cargo da empresa que ganhará a concessão ficarão outros R$ 650 milhões. Esses recursos serão destinados ao pátio de aeronaves e aos terminais de cargas e de passageiros.