Título: De 63 instituições, só 3 apontam alta de 1 ponto
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Fonte: O Estado de São Paulo, 06/06/2010, Economia, p. B4

A grande maioria dos economistas do mercado tem convicção de que o Banco Central voltará a aplicar em junho a mesma dose de alta na taxa básica da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada no fim de abril. Segundo levantamento do AE Projeções com 63 instituições, 59 trabalham com uma expectativa de elevação de 0,75 ponto porcentual para a Selic no encontro que a diretoria do BC fará nesta semana, o que levaria os juros de 9,5% para a 10,25% ao ano. A sondagem também detectou que há uma minoria que discorda do pensamento dominante, com previsões de alta de 0,50 ponto porcentual na Selic (uma casa) ou de um ajuste mais forte, de 1 ponto porcentual (três).

A análise mais comum do grupo majoritário é de que uma elevação de 0,75 ponto porcentual na Selic seria condizente com o procedimento adotado pela diretoria do BC na reunião anterior, quando a maior parte do mercado apostava em um ajuste de 0,50 ponto porcentual. Naquele momento, a autoridade optou por aumento mais agressivo, depois de cinco reuniões consecutivas de estabilidade dos juros.

Segundo esses analistas, um novo ajuste de 0,75 ponto faria parte de um plano já adotado pelo BC para conter riscos de que o aquecimento da atividade econômica viesse a prejudicar o cumprimento das metas de inflação. Tal plano levaria em conta três aumentos consecutivos da mesma magnitude nos juros, que faria o encontro do Copom de julho também ser encerrado com uma elevação de 0,75 ponto.

"Atalho". Para o grupo que trabalha com um ajuste mais agressivo, pesa a análise de que o BC vai optar pela alta de 1 ponto porcentual, pois esse seria o caminho mais curto para trazer a inflação corrente e as estimativas do mercado para 2011 ao centro da meta de 4,5% perseguida pela autoridade monetária.