Título: UE descarta risco de calote da Hungria
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Fonte: O Estado de São Paulo, 06/06/2010, Economia, p. B10

O comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Olli Rehn, afirmou ontem que a situação da Hungria não pode ser comparada à da Grécia, e descartou que exista risco de calote da dívida húngara.

Em uma entrevista coletiva ao final do encontro dos ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais dos países do G20, Rehn explicou que, no primeiro trimestre deste ano, a economia húngara já deu "sinais de fortalecimento". "Qualquer comentário sobre o risco de uma quebra é absolutamente exagerado", disse.

As bolsas de valores europeias registraram na sexta-feira fortes quedas, depois que fontes do partido que está no poder na Hungria advertiram que o déficit público do país poderia ser muito maior que o imaginado. Além disso, disseram que o governo anterior havia manipulado os dados, e que as medidas de austeridade e os aumentos de impostos que o governo anterior tentou implementar no passado haviam fracassado.

Os comentários tiveram reflexo também no mercado de câmbio, com o euro sendo cotado na sexta-feira a menos de US$ 1,20 pela primeira vez em mais de quatro anos.

Ontem, porém, o próprio governo húngaro tratou de tranquilizar os mercados, ao assegurar que a situação do país está estabilizada e que não existe o risco de uma quebra.

Nesse sentido, Rehn considerou que, em uma situação de forte nervosismo nos mercados, "informações falsas podem provocar movimentos não desejados", e insistiu que em um momento de menor tensão, as quedas registradas na sexta-feira não teriam existido.