Título: Fabricantes de embalagens querem aumentar preços em 20%
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/06/2010, Economia, p. B3

Alta do preço das matérias-primas é usada como justificativa pela indústria de papel e papelão Fabricantes de embalagens de papelão ondulado querem aproveitar a demanda aquecida para tentar emplacar aumentos de ao menos 20% no preço dos produtos. "Nossos preços estão absolutamente defasados, porque nossos custos aumentaram tremendamente", argumenta o empresário Roberto Nicolau Jeha, dono da Indústria de Papel e Papelão São Roberto.

Segundo ele, o preço da apara de papel, principal matéria-prima do setor, mais que dobrou desde o início do ano. O preço da tonelada de aparas saltou de R$ 200 para R$ 450. Nesse mesmo período, o custo do papel subiu 40%. Essas matérias-primas representam cerca de 60% do custo de fabricação de embalagens de papelão ondulado.

"Vamos buscar aumento de preços este mês ou no mês que vem", diz Jeha. "Minha empresa necessita de um aumento de 20% nos preços, sob risco de entrar num vermelho furioso", ressalta o empresário.

O momento não poderia ser mais favorável aos interesses dos empresários do setor. Nos cinco primeiros meses de 2010, as vendas físicas de embalagens de papelão ondulado tiveram crescimento médio de 15% em relação a igual período do ano passado. Para o fechamento do ano, a expectativa do setor é de um crescimento da ordem de 10% .

Na Makurky, fabricante de embalagens de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a produção cresceu bem mais que a média do setor - quase 70%.

"Embora o primeiro semestre de 2009 tenha sido atipicamente fraco, por causa da crise financeira, o aquecimento do mercado este ano é expressivo e tem exigido reestruturação dos negócios para atender a forte demanda", afirma Eduardo Batistella Mazurkyewistz, diretor da Mazurky.

Segundo ele, os custos das matérias-primas são crescentes desde o início do segundo semestre de 2009, o que tem afetado de forma negativa capacidade financeira das empresas do setor.

"O aumento de custo da matéria-prima exige readequações tanto na política de preços como na organização das empresas produtoras de embalagens", ressalta o executivo.

No fim do ano passado, a Mazurky investiu na aquisição de novas máquinas e na reestruturação da operação logística.