Título: Propostas criam desgaste com minoritários
Autor: Mendes, Karla
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/06/2010, Negócios, p. B15
Fracasso da atual oferta deve prejudicar papéis das operadoras no curto prazo
Antes da compra da Brasil Telecom (BrT), a Oi, que se chamava Telemar, tentou outras reestruturações societária, sendo a última em 2006. O que as tentativas anteriores tiveram em comum com a deste ano foi a rejeição dos acionistas minoritários, que consideraram as propostas desequilibradas, em benefício dos controladores.
"A empresa não tem conseguido muito sucesso nessa relação com os acionistas", disse Luciana Leocadio, analista-chefe da Ativa Corretora. "Tudo isso gera um desgaste. A Oi deve tomar algum próximo passo, mas é difícil prever qual será." A analista destacou que essa incerteza termina por prejudicar os papéis da Oi, que acabam sendo negociados com um desconto em relação ao setor.
A rejeição dos acionistas minoritários deverá pressionar os papéis das duas empresas no curto prazo. Segundo analistas, o cenário mais provável de agora em diante é que ações da BrT se mantenham listadas na bolsa, mas com uma baixa liquidez.
Além disso, a rejeição da relação de troca dos papéis deverá dificultar ainda mais a possibilidade especulada pelo mercado de a Portugal Telecom (PT) entrar no capital da Oi, caso a PT se desfaça de sua participação na operadora celular Vivo. A Brascan Corretora, em relatório assinado por Beatriz Battelli, destacou que a rejeição é negativa para os papéis da Oi, "uma vez que a incorporação da BrT suscitaria em maior liquidez para suas ações". / RENATO CRUZ, BETH MOREIRA E RODRIGO PETRY