Título: Geração de empregos volta a bater recorde
Autor: Froufe, Célia
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/06/2010, Economia, p. B5

Sudeste puxa a criação de novas vagas em maio, com 189,5 mil; para junho, ministro prevê geração de 320 mil vagas em todo o País BRASÍLIA Embalado pela Copa do Mundo, a proximidade das eleições e a nova safra de grãos, o mercado de trabalho deverá ter, em junho, o maior saldo de vagas com carteira assinada de sua história. A projeção do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, feita ontem para este mês é de geração próxima a 320 mil postos formais.

Até então, o recorde foi verificado em junho de 2008, de 309 mil vagas. "Vamos viver o melhor mês da história", previu. Em maio, o saldo de 298.041 mil postos bateu recorde para o mês. Pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 1,693 milhão de pessoas foram admitidas formalmente em maio. No mesmo período, 1,395 milhão de trabalhadores foram desligados.

O Sudeste foi a região que contou com a maior geração de empregos: 189,5 mil vagas em maio. Isoladamente, São Paulo foi o Estado que gerou a maior contribuição para o mercado de trabalho no mês passado, com 98,6 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. De janeiro a maio, o Estado criou 475,5 mil vagas.

De acordo com o Caged, a expansão do emprego foi verificada em todas as regiões. No Nordeste (45,8 mil postos), no Sul (34,1 mil postos) e no Norte (11,9 mil postos), os resultados foram recordes para o mês. No Centro-Oeste foram gerados 16,7 mil postos de trabalho.

Marca inédita. Com os dados de ontem, houve crescimento do emprego com registro em carteira nos primeiros cinco meses do ano. Esta é uma marca inédita para o País, de acordo com o ministério. De janeiro a maio de 2010, o número de vagas criadas ? já descontadas as demissões ? chegou a 1,26 milhão de pessoas. "Já atingimos metade da meta", comemorou o ministro. No início de 2010, ele previa que fossem criados 2 milhões de vagas de trabalho este ano. Na véspera do Dia do Trabalho, Lupi ampliou seu objetivo para 2,5 milhões de postos em 2010.

O ministro ressaltou que, nos últimos 12 meses até maio, foram criados mais de 2 milhões de vagas. "Minha previsão continua a de que mais de 15 milhões de empregos formais serão gerados desde início do governo Lula", reforçou. Ele brincou ainda com a possibilidade de o Brasil ganhar a Copa do Mundo. "Se o Brasil for campeão, refaço a previsão (para o saldo de empregos formais a serem criados em 2010)", disse.

Nos dados de maio, houve crescimento do emprego nos 25 subsetores avaliados pelo Caged. Desse total, 14 deles tiveram os melhores saldos de suas histórias. O setor de serviços foi o que chamou mais atenção, com mais 86,1 mil vagas. Esse resultado, de acordo com o ministério, foi 49% melhor do que o recorde verificado no mesmo mês de 2005 (57,6 mil postos de trabalho). O setor agrícola também mereceu destaque, com a maior taxa de crescimento no mês entre os setores analisados. A geração de 62,2 mil vagas no campo foi atribuída a fatores sazonais.

Já a indústria de transformação respondeu por mais 62,2 mil vagas no mês passado. Segundo Lupi, o setor está se recuperando do impacto da crise global. "E a indústria da transformação geralmente é a que melhor salário paga", comentou. "Para os críticos, que diziam que o Brasil só crescia em emprego de mais baixa remuneração, está ocorrendo o contrário", alfinetou.