Título: Brasil tem 127 mil famílias milionárias, afirma estudo
Autor: Veríssimo, Renata ;Fernandes, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/06/2010, Economia, p. B8

Uma pesquisa divulgada ontem pela consultoria americana Boston Consulting Group (BCG) mostra que o Brasil tinha 127 mil famílias com patrimônio acima de US$ 1 milhão no ano passado. A participação dos milionários no movimento da economia - calculado em US$ 1,33 trilhão pela consultoria - subiu de 41%, em 2008, para 44%, em 2009.

Embora a consultoria não forneça números exatos sobre o crescimento do número absoluto de famílias com patrimônio acima de US$ 1 milhão no País, a BCG informa que o indicador "cresceu de forma significativa" nos últimos anos. A empresa diz ainda que o Brasil aparecia em 17.º lugar no ranking mundial do número de milionários de 2009.

De acordo com a Boston Consulting Group, o estudo sobre a geração global de riquezas incluiu 62 países que respondem por aproximadamente 98% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

A fatia mais pobre da população do Brasil, segundo a consultoria, concentrou 38% do total de US$ 1,33 trilhão que circularam no Brasil em 2009. Já a fatia da população classificada como "emergente" - com patrimônio de US$ 100 mil a US$ 1 milhão - respondeu por 18% do total das riquezas geradas pelo em território nacional.

De acordo com o estudo, os milionários concentram hoje 55% das riquezas mundiais. Na América do Norte, o índice é de 53% e a proporção da América Latina (42%) está em linha com a brasileira. No Japão e na Europa, o domínio das famílias com patrimônio superior a US$ 1 milhão é menor, na casa de 20%, e demonstra um padrão mais justo de distribuição de renda.

Em termos absolutos, o maior número de milionários (4,7 milhões) está nos Estados Unidos, seguido de Japão, China, Reino Unido e Alemanha. No mundo, há quase 11,2 milhões de famílias com patrimônio acima de US$ 1 milhão, segundo a BCG.

Brasil x América Latina. Conforme Federico Muxí, especialista do BCG, a importância relativa do Brasil para a geração de riquezas da América Latina tende a aumentar nos próximos anos. Em 2009, a geração de riquezas na região somava US$ 3,4 trilhões, dos quais 40% eram gerados no Brasil.

Até 2014, diz a consultoria, a geração de renda latino-americana vai passar de US$ 5 trilhões. A fatia brasileira deste total subirá para 43%, ou US$ 2,2 bilhões. "O Brasil não é apenas o maior mercado latino-americano, é também o que mais cresce", afirmou Muxí durante teleconferência para apresentação da pesquisa.