Título: Líderes do G-8 querem manter estímulos
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/06/2010, Economia, p. B12

Almoço de trabalho foi quase todo tomado por discussões de temas econômicos

Os chefes de governo dos países do G-8 concordaram, durante almoço de trabalho ontem, que as medidas de estímulo ao crescimento econômico devem ser mantidas no curto prazo, disse um funcionário do governo do Japão. Segundo ele, os líderes do G-8 também concordaram que as dívidas e os déficits dos países precisam ser reduzidos e o comércio deve ser liberalizado ainda mais, de modo a manter a economia global crescendo.

Outro ponto de acordo, disse o funcionário, foi em torno da preocupação com o fato de o desemprego estar muito alto nos países desenvolvidos. O almoço durou uma hora e meia e, praticamente, foi todo dedicado à discussão de temas econômicos.

Cortar déficits ou manter o estímulo econômico é um dos eixos centrais da cúpula do G-20 (grupo que reúne os países mais ricos e os principais emergentes), que começa no sábado em Toronto, mas os líderes do G-8 não puderam evitar debater o tema.

O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, discutiu o problema com David Cameron, do Reino Unido, às portas do luxuoso complexo hoteleiro nos lagos de Muskoka, onde é realizada a cúpula do G-8. Harper felicitou Cameron pelo recente corte de despesas aprovado em seu país e disse que as medidas adotadas por Londres e outros governos europeus, como o espanhol e francês, "sublinham a verdadeira consolidação orçamentária" que o Canadá quer promover na cúpula do G-20. Mas nem todos concordam com eles. O presidente americano, Barack Obama, enviou no sábado uma carta prévia à cúpula a seus colegas do G-20, na qual advertia sobre os riscos de retirar os estímulos fiscais de maneira precipitada, porque poderia frear a recuperação econômica. No entanto, Harper enviou de forma paralela uma carta pedindo que os países fixassem suas próprias metas de redução de dívida.