Título: País elevou produção de sardinha de 17 mil para 85 mil toneladas
Autor: Otta, Lu Aiko
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/06/2010, Economia, p. B7

A sardinella brasiliensis, popular sardinha, ganhou um comitê gestor em janeiro de 2005 para formular uma política de uso sustentável do peixe. Era um dos mais de 100 grupos de trabalho criados no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O comitê da sardinha foi um dos poucos com resultados concretos a mostrar. Entre 2002 e 2009, a produção saiu de 17 mil toneladas para 85 mil toneladas.

Ainda assim, o País está longe da autossuficiência. "No Brasil, já se pescou mais de 100 mil toneladas ao ano", disse o secretário executivo do Ministério da Pesca, Cleberson Zavaski. Os gastos para importar sardinhas de países como o Marrocos são crescentes. Pelos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a importação consumiu US$ 19,8 milhões em 2003, chegando a US$ 29 milhões em 2009.

O aumento da produção da sardinha esbarra no flagelo brasileiro da falta de infraestrutura. Segundo Zavaski, faltam armazéns nos períodos mais intensos de pesca, que são de agosto a novembro e de março a maio.

Seria necessário criar uma política de estoques reguladores, a exemplo do que é feito com grãos como soja e milho. Esses estoques evitam oscilação de preço e garantem o abastecimento. Parte das importações é feita para manter funcionando as fábricas enlatadoras de sardinha.

A produção brasileira de sardinha conseguiu recuperar-se, ainda que num nível insuficiente, por causa de dois períodos de defeso ao longo do ano - uma das propostas do comitê da sardinha. O primeiro protege os peixes no período de reprodução e o outro no chamado "recrutamento", quando as sardinhas são jovens e pequenas.