Título: Caracas prende acusado de ligação com Posada Carriles
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/07/2010, Internacional, p. A14

Chávez anuncia detenção de suposto terrorista vinculado a anticastrista condenado por derrubar avião e matar 73

A Venezuela anunciou ontem ter prendido na noite de quinta-feira o suposto "terrorista" salvadorenho Francisco Chávez Abarca. Ele é um dos membros do grupo comandado pelo anticastrista cubano-venezuelano Luis Posada Carriles, acusado pelo atentado contra um avião cubano em 1976, que matou 73 pessoas. A confirmação da prisão foi feita pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Abarca foi preso no aeroporto internacional de Maiquetía, perto de Caracas, com um passaporte falso enquanto tentava entrar na Venezuela. Chávez afirmou que o suposto terrorista faz parte da lista de procurados da Interpol como responsável pela fabricação e colocação de bombas em vários países, entre eles Cuba. "Deve ser um dos salvadorenhos que estavam com o terrorista Luis Posada Carriles no Panamá quando tentaram atacar Fidel Castro", acrescentou Chávez.

"Sim, Chávez caiu, mas não eu", brincou o presidente, em referência aos sobrenomes idênticos. "O que este homem queria fazer na Venezuela?", questionou. "Meu coração diz que este cavalheiro viria para me matar. Não tenho dúvidas", afirmou.

O presidente venezuelano aproveitou para reiterar o pedido para que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, extradite Posada para a Venezuela. Caracas formalizou um pedido a Washington para a extradição, mas não recebeu uma resposta até agora.

Posada, um ex-agente da central de Inteligência Americana (CIA), de 82 anos, é acusado pela Venezuela de ser responsável, entre outros crimes, pelo atentado com explosivos do dia 6 de outubro de 1976 contra o voo 455 da companhia Cubana de Aviación que fazia a rota entre Caracas e Havana. Ele foi preso no mesmo ano na capital venezuelana, mas fugiu em 1985. Em 2005, foi preso nos EUA por mentir às autoridades de imigração, mas está em liberdade desde 2007.

Chávez qualifica Posada como o "maior terrorista da história da América Latina", e o acusou diversas vezes de estar envolvido em planos para matá-lo. Havana responsabiliza Posada por uma série de sabotagens ao instalar explosivos em hotéis da cidade em 1997.