Título: Kirchner sofre críticas por não mediar conflito
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/08/2010, Economia, p. B5

A União das Nações Sul-americanas (Unasul), sob o comando de seu secretário-geral, o argentino Néstor Kirchner, não está avançando na mediação na crise entre o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pela suposta presença de integrantes das guerrilhas das FARC dentro de território venezuelano. Kirchner, empossado no cargo da entidade sul-americana em maio - depois de insistentes pressões de sua esposa, a presidente Cristina Kirchner, sob os governos da região - não participou da cúpula de chanceleres da Unasul, convocada às pressas na semana passada e realizada na quinta-feira em Quito, Equador.

A explicação oficial foi a de que Kirchner "não tinha obrigação alguma de participar" do encontro, já que a reunião era de apenas chanceleres.

Além de insatisfação por parte do governo Uribe, que termina nesta semana, na nova administração, a do presidente eleito Juan Manuel Santos, também existe frustração pela falta de ação de Kirchner.

Na última segunda-feira, depois de cinco horas na capital argentina, divididas entre uma reunião com a presidente Cristina na Casa Rosada e um jantar com Kirchner, Santos partiu quase de mãos vazias. O único elemento concreto que recebeu não se referia à crise caribenha que Chávez ameaça desdobrar em um conflito bélico, mas sim ao esporte. Na ausência de um plano, Kirchner entregou a Santos uma camiseta de seu time, o Racing Club.