Título: Dutra ameaça processar vice de Serra por ligar PT ao narcotráfico
Autor: Moraes, Marcelo de
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/07/2010, Nacional, p. A4

A cúpula do PT reúne-se hoje para avaliar a possibilidade de processar o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), Índio da Costa (DEM). Em entrevista ao portal do PSDB, ele ligou o PT às Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc), ao narcotráfico e chamou Dilma Rousseff de ateia.

"Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso", afirmou. Depois, respondendo a uma provocação feita por Dilma em comício no Rio, de que seu vice, Michel Temer (PMDB), não foi improvisado, chamou a candidata petista de ateia e "esfinge do pau oco".

Pela internet, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, reagiu às declarações. "Esse Índio desqualificado quer ser processado. O problema é que ele não vale o custo do papel necessário para a petição." No final da tarde de ontem, Dutra informou que vai se reunir com o secretário geral do partido, José Eduardo Cardozo, para discutir o assunto.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, preferiu se esquivar do assunto. Disse que prefere se manifestar depois de conversar com Índio. Já o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen, saiu em defesa do companheiro de partido. "O vice Índio falou o que todos já sabem. O PT tem ligações umbilicais com as Farc, que, por sua vez, vive do narcotráfico. O que falta é a Justiça agir!", postou no seu Twitter.

Multa. Além da ameaça de ser processado pelo PT, Índio da Costa foi multado em R$ 5 mil pelo Tribunal Superior Eleitoral por propaganda eleitoral antecipada pelo Twitter, feita no dia 4 de julho. Em uma das mensagens, chegou a pedir voto antes do prazo permitido pela Justiça Eleitoral. "A responsabilidade é enorme. Mas conto com o seu apoio e com o seu voto. Serra Presidente: O Brasil pode mais", escreveu. Em sua defesa, Índio afirmou que as mensagens foram encaminhadas para pessoas previamente cadastradas, o que não constituiria propaganda eleitoral como a que é estabelecida na legislação.