Título: Em ativos, distância para o Bradesco diminui
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/08/2010, Economia, p. B7

De um ano para cá, a diferença entre os dois maiores bancos privados caiu de R$ 114 bilhões para R$ 93 bilhões

O Itaú Unibanco cresceu menos no crédito que o Bradesco e viu a distância entre seu maior concorrente privado se reduzir ainda mais em ativos. A expansão dos empréstimos do Itaú ficou em 11,4% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, abaixo da previsão dos analistas, que estimavam aumento de 13%, segundo média da projeções de sete casas consultadas pela Agência Estado (Deutsche, BTG Pactual, UBS, Votorantim Corretora, HSBC, Barclays Capital e Santander). A carteira de crédito do Bradesco cresceu 15% no período. O Itaú anunciou lucro de R$ 3,1bilhões no segundo trimestre, ante R$ 2,4 bilhões do Bradesco e R$ 1 bilhão do Santander (considerando o padrão contábil brasileiro). Em rentabilidade, o Itaú continua na frente entre as grandes instituições financeiras, com 24,4%, batendo o indicador do Bradesco (22,8%) e do Santander (18%). No crédito, a explicação do Itaú para crescer menos que os maiores competidores foi o fraco desempenho nos empréstimos para grandes empresas, com grande peso na carteira total do banco. Esses empréstimostiveram desempenho mais fraco no período, com queda de 1,3%, porque as grandes companhias passaram a fazer mais operações no mercado de capitais, segundo o diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderon.

Em ativos, o Itaú segue confortável como o maior do País, com R$ 651,2 bilhões, diferença de R$ 93 bilhões em relação ao Bradesco. No primeiro trimestre, porém, a distância era de R$ 100 bilhões e no segundo trimestre do ano passado, a diferença era ainda maior, de R$ 114 bilhões. Já o Santander ainda está bem aquém dos dois maiores, com ativos de R$ 374,8 bilhões.

O Bradesco destacou na semana passada que seu objetivo é o crescimento orgânico, mas reduziu a previsão de aberturas de agências este ano, de 250 para 175. Mesmo assim, ainda está acima da meta anunciada pelo Itaú, que pretende inaugurar 150 pontos.