Título: Estratégia militar foi bem-sucedida, mas está perto do limite
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/07/2010, Internacional, p. A16

Por que mexer em uma estratégia bem-sucedida com as Farc? È difícil não fazer essa pergunta ao avaliar os resultados dos oitos anos de governo Uribe: o número de seqüestros caiu, as estradas voltaram a ser transitáveis e o Estado recuperou o controle do território, depois de a guerrilha controlar 25% dos municípios colombianos. Juan Manuel Santos só foi eleito porque prometeu manter estratégia de seu antecessor. Ainda assim, nos bastidores, há em sua equipe quem defenda que nenhuma opção deva ser descartada.

Os que são a favor do dialogo, como o analista Leon Valencia, dizem que o conflito chegou ao limite. A Colômbia gasta 6% do PIB em defesa e, a partir deste ano, a ajuda dos EUA cairá. A guerrilha perdeu mais da metade de seus efetivos, mas ainda tem 8 mil homens e uma fonte generosa de renda: o narcotráfico. Se o diálogo fosse retomado com as Farc acuadas, dizem, o grupo não poderia fazer grandes exigências. Mas, depois de várias tentativas fracassadas, o governo tem poucos motivos para confiar nos guerrilheiros.