Título: Convênio garante emprego após curso técnico no Senai
Autor: Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/08/2010, Economia, p. B5

Escolas capacitam 40 mil alunos por ano e especializam mão de obra para montadoras e concessionárias

Há dois meses, o mecânico Rafael Leopoldo de Lima, de 28 anos, iniciou um curso de aperfeiçoamento em veículos Peugeot na escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Ipiranga, na região sul da capital paulista.

Depois de ter aprendido a profissão como ajudante numa oficina mecânica e de ter trabalhado por quatro anos no setor administrativo de uma indústria de máquinas, desde o ano passado Lima é funcionário da concessionária Val Du Lion, da marca Peugeot, em São José dos Campos (SP). Como mecânico, ele tira cerca de 70% a mais do que ganhava no escritório.

O mecânico ainda vai frequentar a sala de aula do Senai por mais um mês. Com aulas de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30, com intervalo para almoço, o curso tem duração de aproximadamente 480 horas.

Quando concluir o curso, se aprovado, Lima automaticamente será promovido de mecânico para conselheiro técnico. "Está sendo uma excelente oportunidade para atualização tecnológica, principalmente porque a Peugeot trabalha com alto índice de tecnologia", diz o mecânico.

A escola do Ipiranga é uma das25 unidades do Senai que têm cursos regulares na área automotiva no Estado de São Paulo. Ao todo, essas escolas capacitam cerca de 40 mil alunos por ano - a unidade do Ipiranga responde por metade deles.

Com exceção da Honda, que tem centro de treinamento próprio, todas as montadoras, independentemente da região em que suas fábricas estão instaladas, mantêm convênio com o escritório regional do Senai de São Paulo.

"Nós entramos com o espaço físico, um instrutor e todo o ambiente pedagógico", informa o diretor do Senai do Ipiranga, Fábio Rocha. "A montadora aporta todos os componentes, equipamentos, veículos e literatura", acrescenta.

Ele afirma que, antes do lançamento de um veículo no mercado brasileiro, o profissional do Senai recebe, das montadoras, informações completas sobre a tecnologia dos novos modelos. Dessa forma, ele se capacita para administrar cursos de especialização para os empregados da montadora e, mais adiante, para oficinas mecânicas.

"É uma parceria que atende muito bem tanto o Senai como a montadora. Nós ganhamos todo esse aporte tecnológico, enquanto a montadora não precisa montar um centro específico para capacitação profissional de seus empregados", diz Rocha.