Título: Objetivo é criar uma quase Vale, afirma empresário
Autor: Pamplona, Nicola ; Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/08/2010, Negocios, p. B11
O empresário Eike Batista afirmou ontem que o objetivo do processo de reestruturação da mineradora MMX é criar uma "quase Vale" no País. A ideia, segundo ele, é concentrar ativos de diversas empresas do setor em um novo consórcio, com porte para disputar o mercado global. O processo pode ser acelerado com a abertura das ferrovias brasileiras para terceiros, em negociação no governo. A MMX anunciou ontem prejuízo de R$ 42 milhões no segundo trimestre. As afirmações foram feitas em teleconferência para falar da descoberta da OGX, após questionamentos de jornalistas sobre negociações para venda de ativos da MMX à Arcelor Mittal. Eike negou que esteja vendendo a empresa, mas admitiu a busca de parcerias. "Eu não vejo problema nenhum em fazer um consórcio e trazer grandes players para dentro da MMX, da mesma maneira que a Vale tem a Mitsui em alguns projetos industriais. A ideia é fazer um animal novo e grande", afirmou.
Segundo Eike, o processo é facilitado pela nova lei, que permite livre acesso às ferrovias e pode escoar o minério de Minas Gerais a preços mais competitivos. "A MMX tem portos para escoar a produção e as ferrovias agora serão open access, modelo europeu, o que é absolutamente fundamental. E, nas minas, no fundo a ideia é consolidar novas reservas." Ele não quis detalhar os nomes das empresas com quem a EBX está conversando.
A MMX apresentou ontem recordes de venda de minério (de 1,834 milhão de toneladas no trimestre) e, pela primeira vez na sua história, teve geração de caixa positiva de R$ 54,792 milhões, excluindo valores gastos com o encerramento de um contrato de navegação. O resultado do período, porém, foi um prejuízo de R$ 42 milhões, ante lucro líquido de R$ 26,585 milhões no mesmo período do ano anterior.
Após a venda de ativos importantes à Anglo American, a empresa concentra as operações de minério da Serra Azul, em Minas Gerais e Corumbá (MS). O capital social da empresa tem hoje participação da chinesa Wuhan Iron and Steel Co. (Wisco).
Eike informou ontem que o grupo EBX deve receber no próximo dia 18 propostas para a compra de até 30% dos ativos da OGX na Bacia de Campos. São sete concessões que já têm várias descobertas e a ideia é buscar um parceiro estratégico para dividir custos de desenvolvimento. Segundo o presidente da EBX, "todos os players globais" demonstraram interesse. Mas ele não quis adiantar nomes e valores envolvidos nas negociações.
Parceria
EIKE BATISTA EMPRESÁRIO, DONO DA MMX "Eu não vejo problema nenhum em fazer um consórcio e trazer grandes players para dentro da MMX,da mesma maneira que a Vale tem a Mitsui em alguns projetos industriais. A ideia é fazer um animal novo e grande"