Título: Goiás e Espírito Santo são extremos da crise no País
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/08/2010, Vida, p. A20

Goiás e Espírito Santo representam os dois extremos da crise que envolve cirurgiões cardiovasculares no Brasil. No primeiro, as cirurgias estão suspensas há oito meses. Dos 20 cirurgiões, só 1 atende urgências em Goiânia. O número de operações mensais caiu de 140 para 20.

"Há um total descaso com a saúde no município, que tem gestão plena do SUS. É a cirurgia mais barata do País - uma equipe ganha R$ 894", diz Wilson Mendonça Júnior, presidente da cooperativa do Estado.

O secretário de Saúde de Goiânia, Paulo Rassi, diz que não há negociação. "Não temos recursos." Ele afirmou que o governo estadual não entrou na discussão - a responsabilidade por procedimentos complexos cabe ao Estado. Já a Secretaria de Estado de Saúde informou que a prefeitura, por ter gestão plena, deve assumir as negociações.

Espírito Santo é a outra ponta. Há três anos, as cirurgias em hospitais conveniados ao SUS foram suspensas. Após acordo com o Estado, a equipe passou a receber R$ 6,5 mil por procedimento. O Estado organizou o atendimento com um hospital de referência para cada região, evitando a ida de pacientes para Vitória, e inaugurou um PS cardiológico.