Título: Colômbia dispensa ajuda brasileira
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/08/2010, Internacional, p. A18/19
Chanceler diz que prioridade é o diálogo direto com os governos da Venezuela e do Equador
Não é hora de pedir ajuda ao Brasil, mas de colocar a Colômbia para reatar o diálogo diretamente com a Venezuela e o Equador. A estratégia do governo colombiano do presidente Juan Manuel Santos, que se preparava na manhã de ontem para tomar posse, foi definida pela nova chanceler, a ministra Maria Ângela Holguín. Ela deixou claro, em entrevista na noite de sexta-feira, no saguão do hotel Tequendama, que vai se reunir com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, para tratar da relação bilateral, mas que por agora, não vai pedir ajuda ao Brasil. A aposta, acrescentou, é num diálogo franco, aberta e direto Com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Holguín já foi embaixadora da Colômbia em Caracas. Bom caminho. O otimismo da ministra colombiana é alimentado pelo fato de, mesmo com as relações diplomáticas suspensas, o chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, ter confirmado presença na posse de Juan Manuel Santos. O presidente do Equador, Rafael Correa, também confirmou presença, num gesto de abertura de diálogo, apesar de militares colombianos terem invadido o país, em março de 2008, e atacado um acampamento da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). No ataque foi morto um dos principais líderes da guerrilha, Raúl Reyes. Temos um ambiente muito bom e estamos otimistas com o fato de o presidente Correa ter vindo à posse (de Santos). Estamos indo por um bom caminho, avaliou a nova chanceler colombiana. Vamos ter uma reunião com o chanceler Maduro e vamos construir o que poderá chegar ao restabelecimento das relações, acrescentou Holguín, resumindo os frutos diplomáticos dos contatos mantidos com os dois países vizinhos mesmo antes da posse de Santos.