Título: Reserva de ações começa no dia 13
Autor: Pamplona, Nicola ; Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/09/2010, Economia, p. B8

No processo de capitalização da Petrobrás, prioridade será dada para investidores que tenham papéis da estatal até o dia 10 deste mês

No processo de capitalização da Petrobrás, marcado para o dia 30, os investidores que até o dia 10 tiverem papéis da companhia têm prioridade para comprar as novas ações. O período de reserva dos papéis - que deve ser feita por meio da corretora de valores - vai do dia 13 ao dia 16 de setembro. No momento da reserva, o investidor também deve definir quantas ações quer comprar e o valor máximo que quer gastar.

O prazo para a reserva é o mesmo dos investidores que tinham recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aplicados em Fundos Mútuos de Privatização (FMP) da Petrobrás até dia 30 de junho deste ano. Esses investidores poderão usar até 30% do saldo do FGTS na oferta de ações da empresa e a reserva deve ser feita por meio da assinatura do termo de adesão à capitalização na administradora do fundo.

Quem comprou ações da estatal com o FGTS e já se desfez dos papéis não tem direito de participar da oferta primária da capitalização.

Depois das reservas dos acionistas prioritários - que são os que têm ações da Petrobrás em carteira com ou sem o uso do FGTS -, haverá a chamada "oferta ao varejo", aberta a qualquer brasileiro. O prazo para a reserva das ações vai do dia 13 ao dia 22 de setembro e também deve ser feito em uma corretora de valores. Nesse momento, o investidor deve especificar quanto está disposto a gastar,

O pedido desses interessados, no entanto, só será atendido se sobrarem ações da oferta primária. "O volume de ações é muito grande. Não haverá falta de ações nem na oferta ao varejo", diz Ricardo Almeida, professor de finanças do Insper (ex-Ibmec).

Segundo o prospecto da capitalização, documento que detalha o processo e que está disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para as pessoas físicas, o investimento mínimo na operação deve ser de R$ 1 mil e o máximo é de R$ 300 mil. Há também a possibilidade de se entrar na capitalização por meio dos Fundos de Investimento em Ações da Petrobrás (FIA-Petrobrás) com aporte mínimo de R$ 200 e máximo de R$ 300 mil.

Preço. O preço das ações que vão compor a oferta pública será definido pelos bancos coordenadores do processo da capitalização, com base na cotação mais recente das ações da companhia e no interesse que os investidores demonstrarem pela operação. Esse processo é chamado de "bookbuilding". Na sessão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo, os papéis preferências (PN) da petrolífera fecharam a R$ 28,80, alta de 4,35% em relação à quinta-feira.

Para José Gois, consultor econômico da WinTrade, o valor do papel na hora do processo ficará entreR$ 26 e R$ 28. "E esse é um preço que torna o investimento bom para a pessoa física, já que, depois da capitalização, a tendência é de que o valor do papel dê uma deslanchada", prevê.

O valor oficial, segundo o cronograma da Petrobrás, será definido no dia 23 de setembro e divulgado no dia seguinte, no prospecto definitivo da oferta de ações.

PRESTE ATENÇÃO...

1. Oferta prioritária. Será composta por até 80% das novas ações ofertadas. Poderão participar dessa oferta quem, até o dia 10 de setembro, tiver ações da Petrobrás na carteira ou quem, até 30 de junho, manteve participação dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no Fundo Mútuo de Privatização (FMP). A União e BNDESPar já anunciaram que vão querer comprar R$ 74,8 bilhões em papéis nessa etapa.

2. Oferta de varejo. Vai ao mercado com um volume entre 10% e 20% das novas ações. Nessa etapa, qualquer investidor pessoa física, acionista ou não da Petrobrás, com prioridade para os empregados da companhia, poderá participar. O volume mínimo de investimento é de R$ 1 mil e máximo de R$ 300 mil, segundo o prospecto da capitalização.

3. Oferta institucional. Com a sobra das ações, até um limite de 10% da oferta - que poderá chegar a R$ 150 bilhões. Essa etapa é voltada para pessoas jurídicas, clubes de investimento e instituições financeiras. O limite mínimo do investimento é de R$ 300 mil.