Título: Verticalização da Granja Viana cria confronto entre Cotia e Carapicuíba
Autor: Costa , Nataly
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2010, Metrópole, p. C1

Área de condomínios residenciais na Região Metropolitana de São Paulo, a Granja Viana vive no meio de um cabo de guerra entre as prefeituras de Cotia e Carapicuíba - o bairro está dividido entre as duas cidades. Entre as discordâncias está o novo Plano Diretor de Carapicuíba, que prevê a verticalização e o adensamento da Granja. Cotia discorda das propostas da vizinha, que quer, com os prédios, assegurar espaço para moradias populares.

Hélvio Romero / AE Segundo a administração de Carapicuíba, a cidade recebeu demanda de quase 70 mil inscritos no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, que oferece facilidade de financiamento de casa própria para famílias de baixa renda. Na Estrada da Aldeia - no limite entre os dois municípios -, três prédios do Minha Casa, Minha Vida estão em construção, um deles com 11 andares.

"A situação atual não comporta o adensamento que eles querem. Nem fomos consultados sobre esse prédio de 11 andares", afirma o prefeito de Cotia, Antônio Carlos de Camargo (PSDB). A dúvida é se os prédios vão beneficiar a população já existente de Carapicuíba ou se atrairão novos moradores. "Como uma cidade que já é tão populosa ainda quer colocar mais gente para morar lá?", afirma o antigo subprefeito da Granja Viana, Luís Gustavo Napolitano.

Em nota, o prefeito de Carapicuíba, Sérgio Ribeiro (PT), afirma que, durante o processo de elaboração do Plano Diretor, "consultamos o Plano Diretor de Cotia, a fim de não desenvolvermos propostas incompatíveis para a região. No entanto, não houve diálogo entre as duas prefeituras". Ele reconhece a importância de "superar um antigo problema inerente às regiões metropolitanas, em que deveria existir maior diálogo".

Especulação. Nos últimos meses, a Granja Viana tem sido a bola da vez da especulação imobiliária na Grande São Paulo - além dos três prédios da Estrada da Aldeia, pelo menos sete centros comerciais estão em construção nas redondezas. O Shopping Center Granja Viana e o The Square, um centro comercial e empresarial, estão sendo erguidos no km 21 e no km 23 da Rodovia Raposo Tavares, estrada que dá acesso à Granja.

Esgoto. Tanto as casas quanto os novos empreendimentos que estão em fase de construção naquela área sofrem ou sofrerão do mesmo problema: a falta de assistência em saneamento básico. Hoje, nenhuma residência tem coleta ou tratamento de esgoto garantidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Os moradores ainda usam fossas sanitárias próprias. A Sabesp informa, porém, que tem um plano de investimentos para universalizar o sistema de esgotamento sanitário em toda a região da Granja Viana até 2018.

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3 grisiele guimaraes 17 de setembro de 2010 | 2h 52Denunciar este comentário

Eu fiz parte do grupo de acompanhamento do Plano Diretor Participativo de Carapicuiba, juntamente com mais de 100 outras pessoas de cada bairro da cidade. Neste longo processo, desde ago/09 até o mes passado, onde revisamos, artigo por artigo, a minuta da lei que será encaminhado à Camara de Vereadores para submter à aprovação, houve ampla discussão e debate de propostas para o plano. Na região da Fazendinha/Granja Viana, o plano estabelece como diretriz principal a manutenção da qualidade ambiental e da baixa densidade construtiva. Para a provisão de habitação popular, para atender demanda de familias reiradas de beira de córregos, foram propostos perímetros específicos(ZEIS - zona de especial interesse social), um (somente) deles proximo ao limite norte da área em questão, que é insignificante perante a especulação já existente, a qual, justamente, o Plano rejeita ao propor o baixo aproveitamento construtivo para a área. Já as questões de fluxos, acessos, saneamento, bacias hidrograficas, ambiental, etc , realmente transpõe os limites administrativos de cada minicípio e devem ser encarados de forma sistêmica, em ações integradas/cooperadas entre os municípios vizinhos e o Estado.

2 Claudia F 16 de setembro de 2010 | 13h 53Denunciar este comentário

A Prefeitura de Carapicuiba não abre diálogo com ninguém. O Plano Diretor dito participativo de participação só teve o nome. Nem todas as camadas foram ouvidas e no fundo ditavam as regras o pessoal da própria prefeitura. Lógico que serão atraídas pessoas de fora de Carapicuiba para o Minha Casa minha Vida. O Governo Federal dar verbas para a construção dessas moradias também é uma vergonha, pois não há a infraestrutura necessária e obrigatório segundo as regras para instalação dessas moradias. Mas como tudo nesse país é troca de interesse.....!

1 Marta Lima 14 de setembro de 2010 | 13h 45Denunciar este comentário

Os políticos de Carapicuíba estão dando uma de "esperto", pois onde eles estão construindo os prédios levarão todo o impacto negativo para Cotia. Esses novos moradores de Carapicuíba sairão pela parte da Estrada da Aldeia e Avenida São Camilo que pertence a Cotia para acessar a Raposo Tavares e também o expurgo das fossas, pela posição geográfica dos rios da região, poluirão os rios que vão para Cotia.

Alguns brasileiros, graças a Deus que não são todos, têm a mania de querer levar vantagem em tudo sem se importar o quanto estão prejudicando ao próximo, no caso a cidade vizinha.