Título: Ahmadinejad culpa EUA e Israel pelo 11/9
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Fonte: O Estado de São Paulo, 24/09/2010, Internacional, p. A25

Presidente iraniano diz que atentados foram 'orquestrados' e irrita diplomatas de vários países, que abandonaram o plenário da ONU

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, atribuiu os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 a uma conspiração "orquestrada" pelos EUA e por Israel, em discurso oficial feito ontem, na sede das Nações Unidas, em Nova York. A afirmação fez com que diplomatas de vários países abandonassem o plenário.

De acordo com Ahmadinejad, logo depois dos ataques, "uma máquina de propaganda" foi implementada para que o Afeganistão e o Iraque fossem invadidos. Segundo o iraniano, "se 3 mil pessoas morreram no 11 de Setembro, e nós estamos tristes por isso, centenas de milhares foram mortos no Iraque e no Afeganistão".

A reação imediata veio do porta-voz da missão dos EUA na ONU, Mark Kornblau. "Em vez de representar as aspirações e a boa vontade dos iranianos, Ahmadinejad quis, mais uma vez, divulgar suas teorias vulgares de conspiração e seus comentários antissemitas, que são tão repugnantes e ilusórios quanto previsíveis."

Para os ataques, segundo o líder iraniano, há três explicações. A primeira teoria diz que um grupo terrorista conseguiu burlar a segurança e a inteligência americana - "esta é a visão dos governantes americanos", disse Ahmadinejad no plenário da Assembleia-Geral, enquanto centenas de pessoas protestavam do lado de fora.

A segunda versão foi um ataque direto aos EUA e Israel. "O governo americano orquestrou o atentado para reverter o declínio de sua economia e aumentar sua influência no Oriente Médio, além de salvar o regime sionista (termo usado por ele em referência a Israel)", disse, enquanto os diplomatas deixavam a sala. "A maior parte da população americana, políticos e outras nações concordam com esta visão", acrescentou.

A terceira hipótese de Ahmadinejad afirma que um grupo terrorista cometeu os ataques e o governo americano aproveitou-se da situação. Em seguida, o presidente do Irã defendeu uma investigação independente da ONU sobre o episódio e deu dicas de como combater o terrorismo.