Título: Greve dos bancários tem 25% de adesão
Autor: Scrivano, Roberta ; Henrique, Brás
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/10/2010, Economia, p. B5

Segundo a confederação dos bancários, o número de agências atingidas aumentou 26%

No segundo dia da greve dos bancários, 24,7% das agências (4.895 de um total de 19,8 mil) do País não abriram as portas, segundo informou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

A quantidade de unidades que aderiram à greve ontem é 26% maior do que no primeiro dia de paralisação, quando 3.864 agências não trabalharam.

Além das agências, a maior parte dos centros administrativos também não está operando. A Contraf-CUT, no entanto, não sabe dizer quantos estão parados.

Os bancários cruzaram os braços com o intuito de conseguir reajuste salarial de 11%. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no entanto, oferece como reajuste a reposição da inflação, ou seja de 4,29%.

Magnus Ribas Apostólico, diretor da Fenaban, afirma que os banqueiros estão dispostos a negociar e garante que o sindicato dos bancários não quer conversar. "Eles só falam: 11%, 11%, 11%. Esse reajuste não vai ocorrer", diz.

Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, diz o contrário. "Os banqueiros não querem negociar. Eles têm os maiores lucros do País e oferecem a reposição da inflação? Isso nós não queremos."

Para pressionar a Fenaban, os bancários fizeram uma passeata ontem no fim da tarde no centro de São Paulo.

A Fenaban diz que está preocupada com a continuidade da greve amanhã, dia de pagamento das aposentadorias. Juvandia retruca: "Se os banqueiros estivessem preocupados, negociariam um reajuste coerente."

A recomendação para os aposentados é sacar os recursos no caixa eletrônico ou procurar uma agência aberta.

São Paulo. Na cidade de São Paulo e em Osasco, 645 agências não abriram e 28 mil bancários não trabalharam.

Em Campinas e região, 131 agências aderiram à paralisação nacional. Ao todo, 3.387 bancários pararam de trabalhar nas agências. O sindicato da região representa 10.585 bancários na ativa em 649 agências (253 delas em Campinas) de 37 cidades da região.

Em Ribeirão Preto a adesão ainda é pequena, mas "a tendência é crescer", segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Ribeirão Preto e Região, Arnaldo Benedetti. "O interior segue a paralisação dependendo da movimentação das capitais", disse Benedetti.

Ele espera, ainda, uma autorização judicial, já solicitada, para considerar a greve legal na região para intensificar o movimento grevista. No primeiro dia de greve, pelo menos cinco agências da Caixa Econômica fecharam ou funcionaram parcialmente. Ontem, outras instituições fecharam. O Sindicato abrange 38 municípios, com cerca de 5 mil bancários - só em Ribeirão Preto são cerca de 2 mil funcionários, de cerca de 100 agências.

Braços cruzados

4.895 agências bancárias não abriram as portas ontem

11% é o quanto os bancários querem de reajuste para retomar a atividade

4,29% é o reajuste oferecido pelos banqueiros