Título: OGX reavalia suas reservas de petróleo
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/10/2010, Economia, p. B6

Estimativas de reservas, entre 2,6 bilhões e 5 bilhões de barris, estão sendo revistas, após série de descobertas

O ritmo acelerado de descoberta de óleo pela OGX tem dificultado a estratégia da companhia de vender uma participação acionária nas áreas sob concessão da empresa na Bacia de Campos. Após uma reunião ontem com investidores promovida pela Apimec-Rio, o diretor de exploração e produção da OGX, Paulo Mendonça, revelou que os sucessivos anúncios de descoberta têm obrigado a companhia a reavaliar suas reservas, inicialmente estimadas entre 2,6 bilhões e 5 bilhões de barris de óleo.

Além disso, as empresas interessadas também vêm tendo trabalho para fechar uma projeção sobre a potencialidade da área. "Quando o sujeito acha que acabou a avaliação dele, aparece uma nova descoberta. Isso tem dificultado", afirmou Mendonça. Em setembro, a OGX informou estar em negociação com as grandes empresas do setor para a venda de 20% a 30% dos sete blocos da companhia na Bacia de Campos.

Durante o encontro, o executivo evitou dar detalhes sobre os interessados na compra de uma fatia minoritária nos blocos colocados à venda pela OGX, mas, afirmou que "dentro de um mês" poderia dar mais informações sobre o andamento da operação. Segundo ele, as negociações com outras petroleiras começaram em abril e devem levar em torno de nove meses.

Potencial. O diretor admitiu que a OGX internamente já têm uma nova avaliação sobre o potencial dos blocos, que já é de conhecimento das empresas interessadas na compra. Entretanto, ponderou, a companhia aguarda maiores comprovações para traduzir esse estudo em estimativas oficiais de volume recuperável para os blocos de sua concessão na Bacia de Campos.

"Não fomos ao mercado ainda porque queremos ter mais certeza, mais confirmações de poços. Na medida em que estamos descobrindo muito, precisamos cada vez ter mais certeza, para evitar emoções exageradas, tanto para cima, quanto para baixo", afirmou.

Sem pressa. Para o diretor financeiro da empresa, Marcelo Torres, a OGX está em uma situação privilegiada por não ter pressa para fechar a operação.

Ele lembrou que a companhia tem em caixa US$ 3,4 bilhões, cifra que garante todo seu processo exploratório e início de produção até 2013.

Segundo ele, o dinheiro captado na venda será usado para reforçar o caixa, mas também pode ser distribuído como dividendos aos acionistas.

"O caixa é suficiente para todos os demais poços e ainda sobra para o início da produção", informou.

O diretor financeiro revelou que o sucesso da empresa em sua campanha exploratória levou a OGX a aumentar de 51 para 87 a previsão de poços a serem perfurados até 2013. Desse total, 22 poços já foram perfurados no País, sendo que somente na Bacia de Campos, onde se concentra o grosso de suas atividades, já foram realizadas 15 descobertas.

"Elevamos o número de poços motivados pelas oportunidades de novas descobertas, pelas novas sísmicas", disse Torres.

Colômbia. Durante a reunião, Torres revelou que a empresa pretende iniciar suas atividades na Colômbia no próximo ano. A empresa conquistou recentemente direitos de exploração sobre cinco blocos e prevê descobertas de grande porte para os poços na região. "São blocos de altíssimo potencial", afirmou Mendonça.

O executivo destacou ainda que o governo colombiano resolveu problemas que tinha com a guerrilha no local e, com isso, será possível assinar até o fim deste ano o contrato para dar o pontapé inicial aos trabalhos de sísmica.

"O primeiro passo na Colômbia é a contratação de sísmica para depois começar a perfuração e o início da produção", explicou.

Já para a Bacia do Parnaíba, no Maranhão, onde a OGX descobriu reservas de 15 trilhões de pés cúbicos de gás, a companhia anunciou que pretende contratar duas sondas para dar continuidade aos seus trabalhos no local.

Além da descoberta de gás, Mendonça revelou que é possível que a região contenha também petróleo. "Não é impossível admitir petróleo no Parnaíba", afirmou.