Título: União e Estado fazem jogo de empurra
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Fonte: O Estado de São Paulo, 25/10/2010, Vida, p. A16

O diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior, disse que São Paulo é o único Estado que apresentou problemas na distribuição de drogas de alto custo nas últimas semanas. "A própria secretaria estadual reconheceu que teve dificuldade para que os remédios chegassem aos centros de distribuição. A Fundação para o Remédio Popular (órgão do governo paulista que recebe as drogas) ficou em greve por dois meses e por 15 dias o Estado não recebeu nada do que enviamos", afirmou. "Depois não havia mão de obra para receber. São Paulo continua com problemas e pedindo para adiar as entregas por causa das condições de armazenamento e logística. Nossa responsabilidade é levar até lá e o Estado faltou."

Em nota oficial, a Secretaria da Saúde de São Paulo destacou que, da lista de drogas em falta levantada pelo Estado, havia desabastecimento pontual na sexta-feira do leuprolide e da betainterferona. Segundo a pasta, a betainterferona chegou do Ministério da Saúde na quinta e amanhã estará disponível.

Em relação ao leuprolide, a secretaria diz que o laboratório Sandoz teve a comercialização da droga suspensa temporariamente pela Anvisa. "Só em 22 de setembro foi publicada a liberação de comercialização dos lotes", apontou, destacando que a regularização está em processo.

"Os medicamentos adalimumabe, tacrolimo, glatiramer, sirolimo e betainterferonas são itens de aquisição centralizada pelo ministério. As negociações entre a Furp e a pasta para a entrega dos medicamentos na fábrica de Guarulhos são normais e estão dentro da rotina de trabalho", alegou ainda. Segundo a secretaria, o desabastecimento ocorreu porque o ministério considerou o consumo médio mensal do Estado, sem levar em conta o cadastramento de novos pacientes ao longo do trimestre. "A secretaria lamenta que o ministério venha atrasando sistematicamente o repasse de recursos."

Sobre o atendimento na farmácia da zona sul, a pasta afirmou que o tempo médio de espera é de 30 minutos, com maior acúmulo após feriados.

A Secretaria da Saúde do Rio informou que houve atraso na compra do medicamento de Rosângela, mas ele já estaria disponível. O superintendente de Assistência Farmacêutica da Secretaria da Saúde de Minas, Augusto Afonso Guerra Júnior, disse que as filas se formam porque beneficiários procuram o local fora do período agendado.