Título: Oklahoma deve eleger primeira governadora
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/11/2010, Internacional, p. A8
Republicana Mary Fallin é favorita em reduto conservador, marcado por[br]ter rejeitado emenda constitucional para igualdade de gêneros há 30 anos
Oklahoma, um dos lugares mais conservadores dos EUA, que há menos de 30 anos rejeitou uma emenda constitucional sobre igualdade de gêneros, será governado por uma mulher pela primeira vez desde que se tornou Estado, em 1907. De acordo com todas as pesquisas, a republicana Mary Fallin deve vencer com facilidade a democrata Jari Askins.
Desde 2000, nenhum candidato presidencial democrata venceu em nenhum dos 77 condados de Oklahoma. Em alguns, o presidente Barack Obama obteve apenas 10% dos votos na corrida pela Casa Branca, em 2008.
Oklahoma é uma imagem invertida dos EUA. Rico em petróleo, gás e importante centro produtor de alimentos, o Estado sentiu pouco o impacto da crise econômica. A taxa de desemprego está em queda, é de 6,9%, bem menor do que a nacional, que chegou a 9,6% em outubro.
Apesar de ser profundamente republicano, o Estado tem um governador democrata, Brad Henry. Sua eleição é considerada uma obra do acaso - ele só teria vencido porque Steve Largent, o rival republicano, xingou uma jornalista diante das câmeras de TV. Na capital, Oklahoma City, há quem lembre ainda que a tentativa de proibir a briga de galo no Estado revoltou os eleitores e colocou o governo no colo dos democratas. Um desvario eleitoral que não deve se repetir.
Atualmente, apenas 8% da população do Estado é de origem hispânica, situação que tende a mudar nos próximos anos. Das crianças matriculadas nas escolas básicas, 50% são filhos de imigrantes latinos. "Em pouco tempo, a comunidade hispânica será maioria", disse ao Estado Armando Rubio, diretor regional da Telemundo, principal rede de TV em espanhol da região. "No futuro, possivelmente o Estado será democrata."
A mudança demográfica explica o plebiscito para uma proposta para tornar o inglês a língua oficial do Estado. Há ainda uma proposta para proibir juízes de usar a sharia, a lei islâmica, mesmo que ela nunca tenha sido aplicada em território americano.