Título: Entidades médicas são contra a cobrança do imposto
Autor: Madueño, Denise
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/11/2010, Nacional, p. A10
"Novos recursos devem vir de um reestudo do Orçamento", diz Jorge Cury, da Associação Médica Brasileira Entidades médicas destacaram ontem que são contrárias ao retorno da CPMF, apesar de defenderem a necessidade de mais recursos para a saúde.
"Mais imposto é um pecado para o padrão de acesso a serviços públicos que temos, como demonstrou o relatório do Índice de Desenvolvimento Humano", disse Jorge Cury, da Associação Médica Brasileira. "Os novos recursos devem vir de um reestudo do Orçamento", completou o médico, que enfatizou que grande parte dos Estados apoiadores da CPMF não cumpre o mínimo de gastos em saúde previsto pela Constituição.
"Já fomos, com o pires na mão, pedir apoio para a aprovação da CPMF, com a garantia de que os recursos iriam para a saúde. E logo depois o dinheiro foi usado para outros fins", protestou Roberto D"Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele afirma estar "escaldado" e chamou o retorno do debate de "engodo". D"Avila compartilha do entendimento de que a saúde é subfinanciada. "O País tem dinheiro, basta haver vontade política", continuou, lembrando que as entidades médicas entregaram à presidente eleita Dilma Rousseff documento que defende a imediata regulamentação da Emenda Constitucional 29, que diz quanto a União, os Estados e os municípios devem gastar em saúde.
Nos últimos anos, entidades médicas já se mobilizaram também contra aumento do Imposto Sobre Serviços (ISS) para profissionais liberais, em São Paulo, e contra novas regras da Receita Federal para a declaração do imposto de renda da categoria.