Título: Investidores se articulam para adiar licitação
Autor: Pereira, Renée ; Fukuda, Nilton
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/11/2010, Economia, p. B6

Nos últimos dias, o governo federal foi bombardeado por inúmeros pedidos de adiamento do processo de licitação. Alguns investidores querem mais tempo - no mínimo seis meses - para elaborar os estudos, fechar parcerias e fazer a proposta financeira do projeto. Um dos grupos que fizeram a reivindicação foi o liderado pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), que inclui 20 empresas de engenharia.

"Até agora não conseguimos fazer um novo traçado e não temos orçamento dos equipamentos. Desse jeito não conseguirei fechar uma proposta até o dia 29", afirma o presidente da associação, Luciano Amadio.

Até o momento, no entanto, a sinalização do governo federal é de que o cronograma está mantido. "Ninguém chegou pra gente e disse que participaria do processo se a data fosse prorrogada. Não existe razão objetiva para mudar o quadro atual", destacou o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. Na avaliação dele, nunca é possível saber o que é fato, o que é jogo e o que é estratégia dos concorrentes.

Na semana passada, durante reunião no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vários investidores compareceram. Entre eles, japoneses, coreanos, espanhóis e franceses.

Por enquanto, porém, o consórcio que tem demonstrado maior apetite pelo projeto do trem de alta velocidade é o dos coreanos. O grupo é formado por 20 empresas, sendo dez brasileiras e dez coreanas.

Segundo fontes do setor, entre as nacionais estariam as construtoras Contern, Galvão, Carioca, Constran e S.A. Paulista, entre outras.