Título: Brasil terá superávit recorde no comércio com a China
Autor: Landim, Raquel
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/11/2010, Economia, p. B4

As vendas de petróleo e de minério de ferro vão garantir um superávit recorde para o Brasil no é comércio com a China este ano. Até outubro, o País acumula US$ 5.1 bilhões de saldo positivo. O valor já é superior aos US$ 5,09 bilhões de todo o ano de 2009, que era o recorde anterior.

O que mais chama a atenção, no entanto, é que isso está ocorrendo em um ano de forte crescimento para a economia brasileira. Os analistas projetam uma alta entre 7% e 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Com o consumo "bombando", as importações de produtos chineses subiram 62,7% de janeiro a outubro.

Em 2008, quando a economia também avançou significativamente (5,1%), o Brasil amargou déficit de US$ 3,5 bilhões. Até agora, essa tinha sido a regra. Em anos de forte crescimento, o comércio com a China registrava déficit. Em anos fracos, como 2009, em que o PIB caiu 0,2%, o superávit foi robusto.

Neste ano, o jogo mudou. As exportações avançam 39% até outubro, porcentual inferior ao das importações, mas o superávit está garantido. E o principal responsável é o petróleo. Graças a explosão de preços, a receita "obtida com essas vendas cresceu impressionantes 273%.

O minério de ferro também deu uma colaboração importante, mas o ganho foi só em preço. A receita cresceu 45,9%, mas o volume embarcado caiu 15,3%: O minério é o principal produto da pauta de exportação brasileira e respondeu por 38,6% das vendas para a China. A fatia do petróleo é de 13,5.%. "Dentro de l0 anos, com o início da produção do présal, o petróleo vai se tomar o principal item na pauta de exportação para a China", disse Rodrigo Tavares Maciel, sócio da Strategus Consult e ex ¿secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China.

Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o maior problema é a concentração das exportações brasileiras em commnodities, produtos que podem sofrer bruscas variações de preço.

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Rio

Carlos Faria, da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), alerta que está sendo criado um ¿grave problema¿ em relação aos preços. ¿São contratos com prazo médio de 15 anos. É uma questão de planejamento¿, diz.

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