Título: Proliferação de faculdades fez cair os preços
Autor: Márcia De Chiara,
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/11/2010, Economia, p. B9

O número de universidades particulares cresceu 55% entre 2002 e 2009 no País, segundo o Sindicato das Entidades de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) Com a maior concorrência, o valor médio das mensalidades cobradas diminuiu 26% no período. Hoje, com cerca de R$ 200 é possível pagar a mensalidade do ensino superior de um curso a distância.

"A educação virou um negócio a partir de 1996", afirma o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato. Foi naquele ano que o governo reconheceu que sozinho não conseguiria expandir a oferta de cursos de ensino superior e convocou a iniciativa privada para entrar nesse mercado. Isto é, a legislação foi alterada e passou a ser permitido que empresas com fins lucrativos atuassem no ensino superior.

O economista traça dois momentos distintos do perfil socioeconômico dos universitários. Até 2003, a maioria dos estudantes pertencia às classes A e B. De 2003 a 2010, houve o avanço da classes C e D, especialmente nos últimos dois anos, com o aumento do salário mínimo e a ascensão das camadas que formam a base da pirâmide social.

Há 40 anos no mercado, o Grupo Educacional Estácio, cujo foco são estudantes de baixa renda, sentiu maior impulso nos negócios a partir de 2000, diz Pedro Graça, diretor executivo de marketing. O grupo mantém 72 unidades de ensino superior em 36 cidades, com 30 mil alunos.

Graça cita dois indicadores que confirmam o avanço da classe D entre os alunos do grupo. O primeiro é o aumento da idade média dos estudantes. Por pertencerem a um estrato social de menor renda, eles interrompem os estudos para começar a trabalhar ainda muito jovens e retornam à escola mais tarde. Outro indicador que reforça essa percepção é o aumento do número de alunos egressos de escola pública, que apresentam déficit de aprendizagem.

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