Título: BC aumenta limite de crédito protegido em bancos
Autor: Andrade, Renato; Froufe, Célia
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2010, Economia, p. B1

O capital totalmente coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito sobe de R$ 60 mil para R$ 70 mil por cliente

No pacote de medidas feito para jogar água na fervura do crédito ao consumidor, o governo fez um agrado para os clientes de bancos.

Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) elevou o limite de garantia dos depósitos e créditos protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito de R$ 60 mil por depositante para R$ 70 mil. Isso significa que, se uma instituição financeira quebrar, o Fundo, que é uma entidade privada, garante a proteção de até R$ 70 mil para cada depositante.

A medida amplia em 547 mil o número de clientes totalmente protegidos pelo Fundo, o que eleva a proteção para 99,04% dos depositantes. Com a garantia em R$ 60 mil, eram beneficiadas 98,68% dos clientes.

Segundo o diretor-executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno, o Fundo consegue "tranquilamente" cobrir esse novo limite.

Em um período marcado pela crise do banco Panamericano, a elevação da cobertura representa uma tranquilidade a mais para clientes de bancos. Mas o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, apenas vinculou a elevação da cobertura à correção da inflação. "É uma adaptação tendo em vista a evolução do IPCA nos últimos dois anos."

Outra medida adotada pelo BC foi a redução do limite que os bancos têm para deduzir do depósito compulsório as compras de carteiras de crédito (lotes de diversos financiamentos que são vendidos de um banco para o outro). Pela nova regra, o limite de dedução será de 36% do compulsório exigido sobre depósitos a prazo e não mais de 45%. A medida, no entanto, é um mero ajuste para manter o valor nominal das deduções inalterado, diante da alta dos compulsórios anunciada ontem.

O governo prorrogou por mais seis meses esse benefício dado para compras de carteiras de crédito, medida que favorece os bancos pequenos e que valeria até o dia 31 de dezembro. "A medida tem se revelado boa para o sistema, tanto para grandes bancos como para os pequenos", afirmou o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Luiz Mendes.