Título: Greve geral leva gregos a confronto com policiais
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/12/2010, Economia, p. B10
País vê explosão de protestos contra plano de austeridade aprovado pelo Parlamento
Policiais e manifestantes se enfrentaram ontem nas ruas da capital da Grécia, Atenas, em meio a uma greve geral e a protestos por causa do plano de austeridade financeira proposto pelo governo e aprovado pelo Parlamento do país.
Os confrontos ocorrem na Praça Syntagma, do lado de fora do Parlamento grego, onde manifestantes destruíram carros, arremessaram coquetéis Molotov e pedras contra os policiais, que responderam jogando bombas de gás lacrimogêneo.
Perseguição. Segundo o correspondente da BBC em Atenas Malcolm Brabant, os participantes dos protestos também perseguiram e agrediram o congressista conservador e ex-ministro Kostis Hatzidakis depois que ele saiu do prédio do Parlamento.
Hatzidakis foi atacado sob gritos de "ladrão". Testemunhas afirmam que os confrontos foram violentos e o ex-ministro ficou com o rosto ensanguentado.
A greve geral convocada por diversos sindicatos afetou os serviços de transporte, como trens e táxis, prejudicando o trânsito em Atenas. Além disso, vários aviões foram impedidos de decolar nos aeroportos do país.
A greve geral também afetou o atendimento em hospitais e deixou várias escolas fechadas.
Essa é a sétima paralisação na Grécia somente este ano por causa do ajuste fiscal iniciado pelo governo em maio, quando o país recebeu uma ajuda financeira de 110 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE).
Trabalhadores de outros países europeus, como Espanha e Irlanda, também marcaram greves gerais e manifestações ontem, em protesto contra os ajustes econômicos impostos pelos governos.
Reformas aprovadas. Na terça-feira, o Parlamento da Grécia aprovou reformas que, entre outros pontos, estabelecem um teto para os salários de funcionários de vários serviços públicos, como dos transportes.
Já no setor privado, os empregadores não precisarão mais respeitar acordos negociados pelos sindicatos e poderão definir os salários dos trabalhadores.
O governo se recusou a sair do curso das reformas propostas, apesar da pressão dos sindicatos. Muitos gregos apoiam a greve geral, por acreditar que os trabalhadores estão sendo sacrificados pelo FMI e pela UE. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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