Título: Cenário para mercado em 2011 ainda é incerto
Autor: Oscar, Naiana
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/12/2010, Economia, p. B3

As incertezas sobre a efetiva recuperação da economia mundial farão com que o mercado financeiro continue volátil em 2011. Nos países emergentes produtores de commodities (isso inclui o Brasil), onde os preços das ações estão muito altos, há grandes chances de que o ano não seja bom na bolsa. Os últimos doze meses foram sofríveis para a bolsa brasileira, mas ela continua num patamar acima da curva histórica de crescimento - o que faz com que possamos ter um ano parecido com o que acabamos de acompanhar, em que o índice Bovespa ficou praticamente estável. Em contrapartida, nos países europeus, onde os papéis estão muito depreciados em razão da crise atual, há a expectativa de recuperação.

No Brasil, diferentemente do que acontece no restante do mundo, as aplicações a juros devem continuar a proporcionar bom juro real com baixo risco, embora em patamares cadentes. Assim, os Fundos DI e os Fundos de Renda Fixa poderão render entre 4% e 5%. Tudo vai depender do nível de conservadorismo da política econômica do novo governo.

As aplicações (NTN-B) atreladas aos índices de inflação também devem apresentar bom retorno, pois estão rendendo na faixa de 5% a 6% ao ano, além da variação do IPCA. Portanto, títulos indexados ao IPCA ou IGPM são uma opção interessante de longo prazo, como diversificação de portfólio.

A poupança fechou o ano com rendimento líquido de 6,90%. É muito baixo, quando comparado à inflação e passa a ser alternativa apenas a investidores que não têm acesso a fundos DI ou renda fixa. O ouro, em linha com o dólar e o euro, também será opção conservadora atraente para diversificação.

O desempenho do mercado financeiro e dos investimentos depende, no mercado externo, de fatores como o crescimento das economias da China, EUA, Europa e Japão. A evolução da crise fiscal e da dívida soberana dos países europeus também gera expectativa. Internamente, tudo vai depender da política monetária e fiscal do novo governo e do aumento da inflação, por conta do forte crescimento e da elevação dos gastos do governo.

É ADMINISTRADOR DE INVESTIMENTOS