Título: De olho em 2012, Obama refaz equipe econômica
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/01/2011, Economia, p. B6

Com o desafio de reaquecer a economia para ser reeleito em 2012, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, completou ontem a reformulação da equipe econômica. A principal nomeação foi de Gene Sperling, conselheiro do Departamento do Tesouro, para o posto de diretor do Conselho Econômico Nacional, órgão diretamente ligado à Presidência e antes conduzido por Lawrence Summers, da Universidade de Harvard.

Obama buscou no governo de Bill Clinton (1992-2000) os novos integrantes de seu círculo de colaboradores mais próximos. Na última quinta-feira, anunciara William Daley, ex-secretário de Comércio da era Clinton, para o posto de chefe de gabinete - o equivalente no Brasil a ministro da Casa Civil. Sperling e Daley terão entre seus desafios a negociação do pacote de cortes de gastos públicos, do orçamento de 2012 e de eventuais medidas adicionais para o reaquecimento da economia, com um Congresso agora dominado pela oposição republicana.

"Uma das razões pelas quais eu selecionei Gene é que ele já fez isso antes. Ele ajudou a formular as políticas que contribuíram para transformar o déficit fiscal em superávit e para um tempo de prosperidade e progresso para as famílias americanas", justificou Obama, ao fazer o anúncio em uma fábrica de janelas em Maryland.

Em sua equipe de conselheiros econômicos, Obama promoveu Jason Furman, vice-diretor do Conselho Econômico Nacional, a um grau mais elevado. Furman trabalhara com Sperling no governo Clinton. O terceiro membro do Conselho será a economista Katherine Ahraham, do Centro de Pesquisa Populacional da Universidade de Maryland. Heather Higginbottom, atualmente vice-diretora do Conselho de Políticas Domésticas da Casa Branca, será a vice-diretora do Escritório de Orçamento e Administração - área conduzida por outro egresso do governo Clinton, Jacob Lew.

Segundo Thomas Mann, especialista em governo do Brookings Institution, as mudanças - especialmente, as designações de Daley e de Sperling - não significam um reposicionamento ideológico do governo Obama, mas a definição de um time mais forte. "O presidente está se preparando para desafios do período anterior à eleição de 2012. Daley trará competência e disciplina à Casa Branca e Sperling tem a experiência do governo Clinton."

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