Título: Órgãos de supervisão da UE entram em operação
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Fonte: O Estado de São Paulo, 07/01/2011, Economia, p. B8

Sem badalação, a União Europeia continua a reorganizar seu sistema de defesa contra crises econômicas. Nesta semana, estão entrando em funcionamento as novas autoridades de supervisão financeira do bloco.

O objetivo das quatro instituições, criadas no ano passado em meio à crise das dívidas soberanas, é elevar a vigilância contra risco de turbulências sistêmicas. As instituições passam a contar com poderes de coordenação e arbitragem em relação às autoridades nacionais já existentes.

O Comitê Europeu de Riscos Sistêmicos (Cers), situado em Frankfurt, terá a função de identificar falhas ou bolhas no sistema financeiro que representem perigo para a estabilidade econômica.

Além do comitê, entram em funcionamento as três Autoridades Europeias de Supervisão Financeira, que se dedicarão a melhorar a regulação de bancos, mercados e seguros.

As instituições se somam ao Mecanismo de Estabilidade Financeira (ESM), com sede em Luxemburgo, que exercerá o papel de Fundo Monetário Internacional (FMI) da Europa a partir de 2013.

"Com a nova arquitetura de supervisão, a Europa está daqui para a frente dotada de meios de ser mais segura para seus cidadãos e mais atraente para os investidores", afirmou a ministra da Economia da França, Christine Lagarde. "A Europa se situa agora na ponta dos países do G-20 em matéria de regulação e de supervisão financeira."

Os instrumentos europeus foram criados com base na proposta do ex-diretor-geral do FMI, Jacques de Larosière, feita em 2008, logo após a falência do banco americano de investimentos Lehman Brothers.