Título: Secretário de Defesa de Bush, Gates deve deixar o governo
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/01/2011, Internacional, p. A9

Especulações fazem a Casa Branca negar veementemente que Hillary Clinton também esteja de saída

A reforma prometida pelo presidente Barack Obama, de fato, deverá se circunscrever aos quadros da Casa Branca. A única mudança em nível ministerial será a saída de Robert Gates, secretário de Defesa e único remanescente do governo de George W. Bush.

A possível saída da secretária de Estado, Hillary Clinton, tem sido recorrentemente negada pelo governo. Os rumores sobre as demissões de Timothy Geithner, da secretaria do Tesouro - anunciada pelo próprio Obama, em setembro -, e de Kathleen Sebelius, da secretaria de Saúde, foram desmentidas pelo porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. "Obviamente, há muito a ser feito no Tesouro, na aplicação da reforma financeira, e na Saúde, na aplicação da reforma dos planos de saúde."

Segundo o jornal The New York Times, o plano de reorganização do gabinete de Obama vinha sendo conduzido pelo sucessor de Rahm Emanuel, Pete Rouse, e guardado como segredo pela conselheira sênior de Obama, Janet Jarrett, pelo conselheiro geral, Robert Bauer, e por David Axelrod.

Obama havia recomendado a Rouse a melhoria da comunicação e da eficiência da burocracia da Casa Branca. A demanda tem sentido em um momento de preparação da máquina para a campanha pela reeleição, em 2012, em um ambiente nada confortável para Obama no Congresso.

Analistas dizem que tais mudanças não significam um outro rumo para o governo. A nova equipe, porém, terá de lidar com os efeitos da "derrota estrondosa" dos democratas nas eleições de novembro e com a corrida presidencial, a partir de meados de 2011. Em 5 de janeiro, a Câmara dos Representantes passará a ser controlada pelos republicanos. Os democratas manterão estreita maioria no Senado.

Para o analista político Michel Barone, baixas são sempre esperadas na metade de um governo. Thomas Mann, do Brookings Institution, afirma que as mudanças não devem ter um impacto visível.

 Tópicos: , Internacional, Versão impressa