Título: Oposição foi incapaz de formar bloco
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/01/2011, Internacional, p. A6

Em julho de 2009, quando a presidente Cristina Kirchner obteve somente 30% dos votos nas eleições parlamentares, analistas acreditavam que a oposição organizaria uma frente sólida contra o governo. Um ano e meio depois, os líderes dos principais partidos da oposição - a União Cívica Radical (UCR), a Coalizão Cívica, o Projeto Sul, a Proposta Republicana e o peronismo dissidente - foram incapazes de negociar o consenso.

Mais grave ainda, não formaram um bloco contra o governo no Legislativo. "O governo é minoria no Congresso, mas está unido. A oposição é maioria, mas está dividida. Não tem líderes que articulem suas ações", disse ao Estado o analista Rosendo Fraga, diretor do Centro de Estudos Nueva Mayoría.

Os partidos de oposição aproveitaram o último mês de 2010 para anunciar seus pré-candidatos presidenciais.

O primeiro foi Ricardo Alfonsín - filho do ex-presidente Raúl Alfonsín -, lançado pela UCR, de centro.

Depois, foi a vez do principal líder da esquerda, o diretor de cinema e deputado Fernando Solanas, do partido Projeto Sul.

A deputada Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, de centro, lançará sua pré-candidatura em janeiro. O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, da Proposta Republicana, deu sinais de que não disputará a presidência. O empresário e ex-presidente do Boca Juniors tentaria a reeleição na prefeitura da capital.