Título: Portugal não precisa de ajuda externa, diz primeiro-ministro
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Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2011, Economia, p. B7

Para José Sócrates, país tem meios para lidar com seus problemas, pois superou suas metas para reduzir o déficit em 2010

Portugal não precisa de nenhuma ajuda financeira externa, afirmou o primeiro-ministro português, José Sócrates, depois de anunciar que o país superou sua meta para o déficit orçamentário em ? 800 milhões em 2010.

Portugal "não pedirá por qualquer ajuda financeira porque não é necessário", afirmou Sócrates. Ele destacou que o país tem meios para lidar com seus problemas, citando o progresso melhor do que o esperado na redução do déficit orçamentário e o crescimento econômico acima das projeções.

O primeiro-ministro português afirmou que o governo superou suas expectativas, ao reduzir o déficit orçamentário abaixo de sua meta de 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010.

Segundo Sócrates, as receitas cresceram e as despesas diminuíram mais do que o esperado, resultando numa melhora do orçamento do governo equivalente a 0,5% do PIB em 2010.

Os números são apenas preliminares, já que apenas as despesas e receitas do governo central e as contas do departamento de Seguridade Social foram fechadas.

Os orçamentos de outros serviços ainda estão sendo finalizados, mas não vão resultar em grandes aberrações do orçamento previsto, disse o primeiro-ministro.

Pressão. Os resultados do orçamento do governo português em 2010 foram apresentados em meio à crescente pressão para que o país aceita um pacote de ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Portugal está tentando restaurar sua credibilidade nos mercados financeiros antes de realizar um leilão de títulos de ? 750 milhões a ? 1,25 bilhão amanhã.

O governo português instituiu várias medidas pesadas de austeridade, para reduzir o déficit orçamentário e, finalmente, diminuir os custos de financiamento.

Os resultados orçamentários revelados ontem mostram que o país está fazendo progressos no cumprimento das metas do déficit orçamentário.

Os participantes do mercado, no entanto, venderam títulos da dívida soberana de Portugal ultimamente por causa das preocupações de que as baixas taxas de crescimento do país e os já elevados custos dos empréstimos tornarão difícil para o governo português cumprir suas metas.

Portugal tem como meta reduzir seu déficit para 4,6% do PIB em 2011, mas o Deutsche Bank prevê que um corte para 6,4% é mais realista dado a perspectiva econômica do país.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings prevê que Portugal entre em recessão em 2011 antes de voltar a crescer em 2012. Hoje o banco central de Portugal deverá anunciar suas perspectivas econômicas para 2011 e 2012. / DOW JONES NEWSWIRES