Título: Melhores graduações se espalham pelo País
Autor: Formenti, Lígia ; Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/01/2011, Vida, p. A16

O primeiro colocado em Medicina, por exemplo, é o curso oferecido pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)

Os melhores cursos de graduação estão espalhados pelo País, e não concentrados nas capitais ou no eixo Rio-São Paulo, onde ficam as universidades com mais destaque em rankings internacionais. O primeiro colocado em Medicina, por exemplo, é a graduação da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Segundo o vice-reitor da UFMT, Francisco Souto, o primeiro lugar condiz com a progressiva melhora dos resultados a cada exame. "Desde as avaliações anteriores, ainda na época do provão, nosso curso de Medicina vem melhorando."

Para ele, um conjunto de fatores contribuiu para a boa nota, como ter um corpo docente experiente, dar ênfase nas atividades práticas nos dois últimos anos de curso, além do alto índice de professor por aluno. "Até dois anos atrás, o curso só admitia 40 alunos por ano. Agora o número de vagas dobrou e também houve mudanças no currículo, mas isso ainda não influiu na avaliação", contou.

Outros destaques são as primeiras colocações dos cursos de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de Zootecnia da Federal de Viçosa (MG), de Geografia na Federal do Paraná, de Ciências Contábeis na Federal de Goiás, de Turismo na Federal de São Carlos (Ufscar), e de Administração da Faculdade de Administração de Campinas, ambas no interior paulista.

Paulistas. Mesmo tendo ficado apenas no 23.º lugar no ranking do curso de Medicina, sua área mais tradicional, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), obteve o conceito máximo no Índice Geral de Cursos (IGC). "Mesmo com a expansão da universidade, a partir do ano 2000, mantivemos o mesmo nível de qualidade defendido pela Unifesp durante os seus 70 anos de existência", afirmou o pró-reitor de Graduação Miguel Jorge.

Apesar de ter se destacado em alguns cursos, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) não obteve o conceito máximo - ficou com nota 4 de 5.

O presidente da Comissão de Estudos de Avaliação do Ensino Superior da entidade, Guaracy Tadeu Rocha, atribuiu o resultado ao boicote de alguns alunos. "Nosso objetivo é atingir a nota 5. Mas muitos cursos boicotam a prova . Os alunos combinam de entregar em branco". A UFSCar obteve nota 5, mas não comentou o resultado.