Título: Economista prevê retração no emprego
Autor: Chiara, Márcia De
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/01/2011, Economia, p. B1

Para Romão, da LCA, recuo em vários setores vai impedir que seja criado em 2011 as 3 milhões de vagas previstas pelo ministro Lupi

O Brasil deve criar 1,438 milhão de empregos com registro em carteira em 2011, o que é um bom desempenho para uma economia em desaceleração, diz o economista da LCA Consultores, Fábio Romão. Segundo ele, é improvável que o Brasil crie 3 milhões de vagas (em termos líquidos), como previu ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Romão estima que a taxa média de desemprego medida pela Pesquisa Mensal de Emprego foi de 6,7% em 2010 e deve repetir a mesma marca em 2011. Para ele, todos os setores produtivos da economia devem reduzir o ritmo da geração de empregos neste ano, pois a produção industrial deve recuar de uma alta de 10,7% em 2010 para 4% neste ano, enquanto a expansão da construção civil deve baixar de uma alta de 12% para 6,1%.

Lupi anunciou a criação de 2.524.678 postos em 2010. Segundo ele, o Ministério do Trabalho passou a computar as declarações atrasadas de geração de postos de trabalho ao longo do ano, que atingiram 387.731 empregos.

Se for levado em consideração esse novo critério anunciado por Lupi, o economista da LCA estima que serão criados entre 1,5 milhão e 2 milhões de postos de trabalho em 2011.

Saldo negativo. O número de demissões superou o de contratações em 407.510 em dezembro, um resultado mais fraco do que ocorre historicamente no mês, pois a média, na década, é de queda inferior a 300 mil postos, disse o professor da PUC-RJ e economista da Opus Gestão de Recursos José Márcio Camargo.

"Um dos fatores que devem ter colaborado para a redução da velocidade da geração de postos de trabalho no mês passado é o menor ritmo da indústria, que está sendo registrado desde o começo do segundo semestre de 2010", comentou.