Título: Valor oferecido aos pequenos acionistas é baixo, dizem analistas
Autor: Modé, Leandro ; Cançado, Patrícia
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2011, Economia, p. B1

O BTG Pactual vai oferecer R$ 4,89 por cada papel dos pequenos acionistas do Banco Panamericano assim que o negócio entre o BTG e o Grupo Silvio Santos for concluído. Para especialistas em finanças pessoais, no entanto, o valor é baixo e a venda na Oferta Pública de Ações (OPA) pode não ser bom negócio ao acionista minoritário.

O preço definido pelo BTG é equivalente ao valor da cotação da ação um dia antes do anúncio do negócio, mais ágio de 14,79%.

São três os motivos da recomendação de manter o papel na carteira. O primeiro é o valor que a ação tinha antes da descoberta da fraude contábil de R$ 2,5 bilhões no Panamericano. Um dia antes, o papel do banco valia R$ 7,26. Meses antes, ficava em torno de R$ 10. "Por isso, se vender pelo preço proposto provavelmente vai realizar prejuízo", avalia Fábio Gallo, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas.

Outro ponto é a alta obtida na cotação na sessão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), lembra Clodoir Vieira, da corretora Souza Barros. Depois do anúncio da venda do banco, as ações subiram 22,54%, para R$ 5,22 (valor 6,74% mais alto que o oferecido na OPA).

O terceiro motivo tem a ver justamente com a troca do controlador do Panamericano. "O André Esteves (principal sócio do BTG) é um cara que coloca o dinheiro para trabalhar. As perspectivas são boas sobretudo pelo histórico dele", comenta Sergio Manoel Correia, da LLA Investimentos.

Todos os especialistas reforçam que a decisão de venda deve ser tomada com base na confiança que o pequeno investidor tem na nova diretoria do banco.