Título: Pimentel avisa que vai apertar defesa comercial
Autor: Saraiva, Alessandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/02/2011, Economia, p. B7

O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, manteve em encontro ontem com empresários na sede paulista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a promessa de revisar para cima o imposto de importação de vários itens. "Teremos de praticar a defesa comercial para evitar práticas danosas. Já se fazia isso antes, mas não com essa ênfase", afirma.

"Algumas cadeias produtivas estão muito ameaças, como a de eletroeletrônicos, e têxtil. Essas importações têm causado desequilíbrio nas contas brasileiras", cita Pimentel.

O plano é selecionar os produtos em que há maior desequilíbrio e subir o imposto com margens variáveis. Como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil não pode aplicar tarifas superiores a 35%. "Não vamos elevar as alíquotas indiscriminadamente".

De acordo com Pimentel, a invasão de importados a preços bem abaixo dos praticados pela indústria nacional é reflexo da recessão global. "Alguns países estão empurrando produtos do jeito que dá, especial a China. E o Brasil atrai particularmente esse cenário", analisa.

Pimentel não trabalha com um cenário diferente do atual para a moeda brasileira, sobrevalorizada. Diz: "O problema é do ambiente macroeconômico. Parte da valorização do câmbio é definida pelo êxito econômico do Brasil. Não vamos ter a ilusão de que o nosso câmbio vai se desvalorizar de uma hora para outra".

Inovação. Pimentel, Aloizio Mercadante, ministro de Ciência e Tecnologia, e Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social participaram ontem, ao lado de cerca de 70 empresários, do encontro da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), promovido pela CNI.

Segundo Mercadante, a balança comercial brasileira, dependente das commodities, explicita a necessidade de o Brasil investir mais em produtos com inovação agregada. "Em discurso recente do presidente Obama, a palavra inovação foi citada nove vezes como uma saída para a economia americana", exemplifica.