Título: A juíza quer o bem da Daslu, a marca faz parte da vida das brasileiras
Autor: Sampaio, Paulo
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/02/2011, Negócios, p. N4
Eliana Tranchesi, Controladora da Daslu
Em entrevista, a empresária Eliana Tranchesi, de 54 anos, diz que não tem nenhum poder de decisão no leilão da Daslu, agendado para março, mas considera uma boa solução para a marca.
O que você acha do leilão?
É uma solução muito boa para a Daslu, perpetua uma marca que afinal de contas faz parte da vida das brasileiras. São seis gerações de mulheres que compraram aqui. É a única marca de luxo do país, né? Fora o Fasano. que é de restaurantes, e a H. Stern, de joias.
Você tem poder de decisão no leilão, ou só os credores?
Não tenho poder de decisão nenhum. Está tudo na mão da juíza. Mas vai ser uma coisa boa. Porque a juíza sempre quer o bem para a empresa, para os credores, os empregados, e o que for bom pra todo mundo vai ser bom pra Daslu.
Quantas grifes estrangeiras femininas a Daslu vende hoje?
O mesmo de sempre, 120.
Mas vocês perderam uma porção. Chanel, Prada, Dior...
A gente trabalhou tão bem a imagem delas, que as maiores resolveram trazer o negócio para os malls daqui. Mas a Daslu, ao invés de diminuir, aumentou. Hoje, a marca representa 80% do nosso faturamento.
Mas a tendência agora é essa mesmo, a Daslu virar cada vez mais só a marca Daslu, certo?
A Daslu que todo mundo ama. Que elas estavam morrendo de sentir falta.
Para você, a Villa Daslu tem um valor afetivo grande. Desde a inauguração...
E que coisa linda, né? Lembra da orquestra? Contando pro Valentino ele caiu de quatro, não acreditou. Mas a Daslu continua, a gente está crescendo em uma outra direção. Vamos abrir no Rio, em setembro, uma loja de 800m2. E a gente vai fazer tudo isso na nova, viu? Você vai ter o prazer.